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Filmes
Dica de filme: De volta para o futuro 2 (Back to the future 2)
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
Filmes
EUA, 1989
Robert Zemeckis
Com Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson, Thomas F. Wilson
No fim dos anos de 1980 parecia tão distante, adentrar e se estabelecer no século 21. Mas, como tudo chega e o tempo não para, chegamos, enfim, ao futuro, da trilogia “De volta para o futuro”. Mais precisamente, no dia 21 de outubro de 2015, data da chegada de Marty Macfly a um tempo além do seu presente.
Assim foi com os filmes que também tentaram imaginar o mundo anos à frente: “1984”, de Michael Radford, devastado pela guerra atômica, e “2001, uma odisseia no espaço”, de Stanley Kubrick, dominado pela tecnologia e pela conquista do espaço.
No gracioso “De volta para o futuro 2”, o futuro se projeta na robotização dos utensílios domésticos, nas roupas que se ajustam inteligentemente ao corpo. Se projeta também na telecomunicação (um tipo de Skype), na supertelevisão que sintoniza diversos canais ao mesmo tempo e nos garçons holográficos do “Café anos 80”, uma variação da lanchonete que Mcfly frequenta.
Tornaram-se símbolos da aposta do filme, entretanto, o skate e os carros voadores, conferindo uma modernização à DeLorean DMC-12, a famosa “máquina do temo” criada pelo excêntrico cientista Dr. Emmett "Doc" Brown.
O futurismo aparece nos objetos separadamente e não em elementos essenciais que englobam todo um sistema de modernização, como de fato ocorreu com a informática e as comunicações. Também seria difícil prever que no futuro, o resgate do passado, seja na história, seja no modo “sustentável” de vida, viraria moda. Tanto que, após vinte e seis anos de sua estreia, o filme é mais cultuado que nunca!
Mas como a comédia não se propõe a acertar nas previsões, nada disso atrapalha a fluência e o interesse pelo filme. Das três partes de “De volta para o futuro”, passadas em quatro épocas: presente (1985), passado (1955 e 1885), futuro (2015) o que mais chama a atenção não são as mudanças, mas as continuidades ao longo de 130 anos. A estrutura familiar dos Mcfly se repete em todas as épocas, bem como a organização da pacata Hill Valley. Mal comparando, é como acontece entre os desenhos animados os Flintstones e os Jetsons, onde, na idade da pedra e no futurismo, a estrutura e os hábitos das famílias são os mesmos.
Um aspecto interessante do “De volta para o futuro 2” é como a história pode ser ingrata se muito poder (financeiro, neste caso) cair em mãos de pessoas despreparadas e mal-intencionadas. Se no passado Biff Tannen, o vilão do filme, tivesse tido a oportunidade de ficar milionário, o presente de Hill Valley, onde ele exerceria total influência, seria marcado pelo abandono e pela criminalidade. Interessante comparar como lugares dominados pelo crime podem de fato ser assim.
Hoje Michael J. Fox, o garoto de 17 anos dos filmes, está com 54 anos, e sofre com o Mal de Parkinson. Certa vez, em uma premiação, ele afirmou que se tivesse a oportunidade de viajar para o futuro buscaria a cura para sua doença. É inegável que humanidade avançou na área da saúde nos últimos trinta anos. Mas precisamos ainda de muito futuro para resolver problemas tão fundamentais como o que aflige Fox.
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Carolina Maria Ruy é jornalista e coordenadora do Centro de Memória Sindical