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Ipatinga (MG): Reajuste salarial para trabalhadores da Usiminas chega aos tribunais
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
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O impasse entre a Usiminas e o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Ipatinga (Sindipa) para definição do reajuste salarial referente a 2009 continua. Em dissídio coletivo, inédito na história da siderúrgica, julgado terça-feira no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em Belo Horizonte, o juiz José Eduardo de Resende Chaves Júnior propôs aumento real de 2,5% para os trabalhadores, retroativo à data-base de 1º de novembro da categoria, além de R$ 900 em abono, compensadas as eventuais antecipações. O juiz acrescentou que os valores foram estabelecidos segundo parâmetros das negociações realizadas em São Paulo.
Mas, para a Usiminas, que já havia concedido em dezembro reajuste de 4,18%, referente à inflação, e abono salarial de R$ 600, o contexto econômico do estado vizinho é diferente. A empresa avalia que a região concentra as grandes montadoras que bateram recordes de vendas no último ano e ainda afirma que demais acordos estabelecidos no Vale do Aço consideraram apenas a reposição da inflação. A pauta de reivindicação do Sindipa incluía, entre outros pedidos, reajuste de 12%, abono de R$ 3,3 mil e redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais.
A empresa se manteve inflexível e reafirmou oposição à instalação do dissídio. "A lei prevê que o dissídio seja convocado quando há mútuo consentimento, o que não ocorreu. Isso acabou criando um obstáculo para as negociações com o sindicato", afirmou o advogadoda Usiminas, Estevão Mallet. A proposta agora será levada para exame da diretoria. "Vamos ponderar todos os aspectos envolvidos", acrescentou. O juiz ainda estabeleceu que seja realizada uma reunião entre as partes amanhã nas dependências da Usiminas em Ipatinga.
O Sindipa confirmou que vai levar a decisão do tribunal para votação dos trabalhadores em assembleia prevista para o dia 11 e a expectativa é de que sejam reunidos cerca de 5 mil trabalhadores. "Acredito que a proposta será apreciada positivamente pela assembleia", avaliou o presidente do Sindipa, Luiz Carlos Miranda, que comemorou os avanços alcançados no tribunal. "Tivemos que recorrer à intervenção da Justiça contra a inflexibilidade da empresa", afirma.
A campanha salarial do sindicato começou em agosto. Desde a primeira reunião com a Usiminas, em 5 de novembro, já foram realizados outros sete encontros, sem sucesso. A instauração do dissídio ocorreu no último dia 4, depois que as negociações entre trabalhadores e empresa foram paralisadas. Segundo o sindicato, a empresa concedeu o aumento e abono de forma deliberada, mesmo depois que a proposta de reajuste de 4,18% foi rejeitada por 52% dos participantes em assembleia dos empregados. A empresa nega a possibilidade de uma greve iminente e garante que o pagamento do reajuste e abono mostram a flexibilidade da siderúrgica. "A empresa agiu voluntariamente", afirma Mallet.
No começo de janeiro, o sindicato fechou acordo com a Usiminas Mecânica. A contraproposta, aceita pelos quatro mil trabalhadores em assembleia, assegurou correção salarial de 4,18%, retroativos a 1º de novembro, abono salarial de R$ 650, entre outros benefícios. Foi marcada para o próximo dia 26, às 14h, mais uma audiência no TRT para nova rodada de negociações.