Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
8 OUT 2025

Imagem do dia

Seminário Pré-COP30; FOTOS

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Imprensa

Curitiba (PR): A vida curta do pleno emprego

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Imprensa

Curitiba (PR): A vida curta do pleno emprego

A região de Curitiba registra a menor taxa de desemprego do país, mas fenômeno corre o risco de desaparecer em breve devido à falta de investimentos

Publicado em 05/06/2011 | João Pedro Schonarth
Fale conoscoRSSImprimirEnviar por emailReceba notícias pelo celularReceba boletinsAumentar letraDiminuir letraA melhor notícia que o mercado de trabalho deu à região de Curitiba nos últimos 12 meses vive o risco de desaparecer tão rapidamente quanto veio: o status de região com “pleno emprego” – ou seja, com menos 5% de sua população economicamente ativa desempregada – não vai se sustentar no longo prazo sem investimento pesado em educação, qualificação profissional e redução das desigualdades sociais.
Desde junho do ano passado, a região metropolitana da capital crava as menores taxas de desemprego do país – a última medição, feita em abril pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), apontou um índice de 3,7%. Isso significa que apenas 59 mil, de seus 1,59 milhãos de trabalhadores ativos, estão parados.

Saiba mais
Veja dados sobre a taxa de desemprego na região metropolitana de Curitiba ”Fora da estatística”
Desempregados lutam para conseguir vaga

As dificuldades do dia a dia de um profissional sem trabalho não são medidas pelas estatísticas. A técnica em química Cléia Aparecida de Oliveira é um desses casos: mesmo tendo qualificação profissional e experiência na área, ela não encontra uma vaga há um ano – apesar de, pelas suas contas, já ter distribuído mais de cem currículos para as mais diferentes empresas e agências de trabalho. “Neste tempo todo não fui convidada nem para uma entrevista. A gente ouve que o mercado de trabalho está em busca de pessoas qualificadas e eu me encaixo nesse perfil, mas não encontro nada. Sabendo que o desemprego em Curitiba é tão baixo eu me sinto péssima, desmotivada e desvalorizada. Parece que todo mundo consegue, menos eu”, lamenta.

Enquanto trabalhava, Cléia fazia um curso superior em Engenharia da Produção, mas devido à demissão teve de trancar a matrícula. Mesmo assim, buscou nesse período que está em casa outros cursos para melhorar sua qualificação. “Já fiz curso de mecânica básica, para tentar entrar na indústria de metalurgia, e de informática. Queria fazer inglês, mas não tenho dinheiro. Por sorte meu marido está trabalhando e ainda tenho o dinheiro da minha rescisão. Mas vai durar no máximo mais cinco meses. É o meu limite”, diz.

Otimismo

O tecnólogo em logística Kahoê Mudry também está desempregado, mas está otimista em encontrar uma vaga. “O curso superior nessa área é só um pré-requisito, preciso conhecer outras ferramentas e aperfeiçoar um segundo idioma. Como a taxa de desemprego está baixa e o setor precisando de profissionais, acho que quando começar a procurar de verdade vou encontrar um emprego”, analisa.

Contrapontos
A situação de pleno emprego traz vantagens e desvantagens para a região. Veja quais são:

Vantagens

• Um contingente maior de trabalhadores significa mais pessoas podendo consumir, o que é bom para elas e para o local onde gastam o dinheiro. Um aumento no pessoal ocupado implica em um incremento na massa salarial, o que é um estímulo para a produção. Um consumo maior faz com que as empresas tenham que produzir mais e para isso há a necessidade de mais contratações. “É um círculo virtuoso, com impacto positivo sobre a dinâmica da economia”, salienta o professor Amilton José Moretto, da Unicamp.

• Uma situação de pleno emprego fortalece a organização e a negociação dos sindicatos, que encontram um ambiente mais favorável para fazer cumprir condições de trabalho e avançar em direitos para os trabalhadores. “Com desemprego alto, é muito mais difícil esta negociação”, explica o professor.

• Com crescimento da economia há uma arrecadação fiscal muito maior, já que as empresas tendem a formalizar os empregados. “A arrecadação é maior mesmo que não haja a criação de novos impostos”, afirma o pesquisador.

Desvantagens

• Em alguns setores da economia de pleno emprego pode haver apagão de mão de obra, devido ao aumento de número de vagas e à falta de trabalhadores para elas – seja por inexistência de demanda ou por causa da baixa qualificação dos empregados. Com menos trabalhadores disponíveis, as empresas terão de pagar mais caro para atrair profissionais. “Entretanto, essa seria uma maneira de revitalizar cursos em que não havia grande procura no passado. Seria um impacto sobre a educação”, avalia Moretto.

• Com muitas pessoas empregadas, há dificuldade de mobilidade no mercado de trabalho, já que as vagas estariam quase todas preenchidas e os profissionais não poderiam encontrar novas oportunidades. “Por isso nem é bom reduzir o desemprego a zero”, ressalta.

• Segundo o professor da PUCPR Marciano de Almeida Cunha, o brasileiro apresentou um aumento do nível de escolaridade nos últimos anos e por isso deseja agora postos mais elevados. Com isso, as vagas que requerem menos qualificação ficam ociosas, como as de caixa de supermercado e atendente de lanchonete.

• O baixo nível de desemprego de uma localidade pode atrair mão de obra desqualificada de outras regiões e esse fluxo migratório costuma impactar no planejamento urbano da cidade, segundo Cunha.
O pleno emprego é uma novidade em um país que há poucos anos celebra altos níveis de crescimento econômico. A expressão precisa ser melhor compreendida, principalmente porque quase sempre é apresentada como triunfo das políticas públicas de geração de postos de trabalho.

Do ponto de vista técnico, ter baixíssimo índice de desemprego nas curvas da estatística não significa que todos os trabalhadores de uma localidade estejam empregados, mas implica em uma situação em que há uma taxa de desemprego de “equilíbrio” – esse seria o índice de 5%, segundo economistas.

Esse equilíbrio ocorreria quando o nível de trabalhadores desempregados estivesse em uma faixa considerada como “friccional”. Nela, as pessoas que procuram emprego ficam um período entre 30 e 60 dias fora do mercado de trabalho. O Ipardes usa a mesma metodologia do IBGE, considerando o número de pessoas com mais de 10 anos de idade que procurou colocação nos últimos 30 dias para calcular a taxa de desemprego.

“O fato de a região metropolitana de Curitiba ter apresentado nos últimos meses um desemprego abaixo do 5% mostra que a economia tem um certo dinamismo. As pessoas que vêm buscando empregos têm encontrado. Não há excesso de oferta de mão de obra nem déficit de vagas de trabalho. Para manter este equilíbrio, é preciso uma política social que garanta redistribuição de renda”, explica Amilton José Moretto, professor do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (Cesit).

Apesar de a taxa de desemprego na Grande Curitiba ser mais baixa do que em muitos países industrializados (veja ao lado os países com desemprego abaixo de 5%, segundo o Fundo Monetário Internacional), há um grande abismo entre a situação brasileira e a de nações desenvolvidas.

“Temos um suposto pleno emprego, pois não houve nem no Brasil nem na RMC um aumento significativo em investimentos. Para termos uma situação real de pleno emprego precisamos de investimentos em educação e qualificação profissional, flexibilização da carga tributária e principalmente uma proteção social maior”, afirma o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Gilmar Mendes Lourenço.

O economista, que responde por um dos principais organismos de planejamento da economia do Paraná, é taxativo: “Enquanto o setor público não promover serviços sociais adequados, continuaremos apenas tendo uma estatística baixa, mas que não representará a realidade. O pleno emprego sem mudanças estruturais pode ser apenas um dado pontual e transitório, que desaparece tão rápido quanto apareceu”.
Para o professor Marciano de Almeida Cunha, especialista em administração da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), é possível que a taxa de desemprego no Brasil se estabilize em índices de pleno emprego pelos próximos 5 anos. “Isso é um reflexo das políticas econômicas da primeira década dos anos 2000, não é de hoje. Por causa dos investimentos dos últimos dez anos, podemos ter mais cinco anos de estabilidade. Mas é preciso uma distribuição de renda melhor e mais qualidade nos empregos, para dar sustentação a esse equilíbrio”, pondera.

Qualificados fora do mercado chegam a 1 mi

Apesar da taxa de desemprego estar em patamares recordes no Brasil, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) calcula que mais de 1 milhão de trabalhadores com experiência e qualificação profissional permanecerão desempregados no país, mesmo com o incremento dos postos de trabalho durante o ano.

No Paraná acontece o mesmo: segundo o estudo, 12,4 mil paranaenses com qualificação e experiência ficarão desempregados porque diversas empresas não conseguem absorver esses profissionais.

Ao mesmo tempo, há setores da economia paranaense que devem sofrer com a falta de trabalhadores. Na indústria, 18,5 mil vagas devem ficar ociosas, enquanto nos transportes, armazenagem e comunicação (logística), serão 3,4 mil postos.

Para que haja mudanças estruturais na sociedade brasileira e para que o pleno emprego se mantenha em definitivo no mercado de trabalho, há necessidade urgente, segundo o presidente do Ipardes, Gilmar Lourenço, de se investir em educação, do ensino básico ao superior.

“Precisamos ampliar o nível de escolaridade dos brasileiros, que hoje está em torno de 7,5 anos de estudo, enquanto os países desenvolvidos têm o dobro disso. Precisamos valorizar os professores e incentivar os jovens a estudar mais. Em relação ao emprego, é necessário que os estudantes do ensino médio e superior tenham uma formação mais técnica. É preciso investir neste nível de qualificação, para não termos profissionais tão generalistas, mas com conhecimento profundo em sua área de atividade”, explica.

Fonte: Gazeta do Povo

Últimas de Imprensa

Todas de Imprensa
Centrais debatem desenvolvimento com embaixador chinês
Força 21 NOV 2025

Centrais debatem desenvolvimento com embaixador chinês

NOTA – Sindicato e Sindicalização no Brasil: reencontros de classe
Força 19 NOV 2025

NOTA – Sindicato e Sindicalização no Brasil: reencontros de classe

Sindicalistas reforçam importância da COP30 nos debates globais
COP-30 19 NOV 2025

Sindicalistas reforçam importância da COP30 nos debates globais

Movimento sindical realiza panfletagem na Green Zone da COP30
COP-30 19 NOV 2025

Movimento sindical realiza panfletagem na Green Zone da COP30

Centrais sindicais alinham ações e atualizam pauta para 2026
Força 19 NOV 2025

Centrais sindicais alinham ações e atualizam pauta para 2026

Festa do Havaí anima Colônia de Férias dos Eletricitários SP
Força 19 NOV 2025

Festa do Havaí anima Colônia de Férias dos Eletricitários SP

Reajuste dos químicos vai injetar R$ 1,2 bi na economia paulista
Força 19 NOV 2025

Reajuste dos químicos vai injetar R$ 1,2 bi na economia paulista

Eletricitários SP reforçam defesa da segurança em debate da NR10
Força 18 NOV 2025

Eletricitários SP reforçam defesa da segurança em debate da NR10

COP30: trabalhador deve estar no centro das decisões climáticas
Palavra do Presidente 18 NOV 2025

COP30: trabalhador deve estar no centro das decisões climáticas

O Metalúrgico destaca reajuste, IR Zero e mobilização coletiva
Força 18 NOV 2025

O Metalúrgico destaca reajuste, IR Zero e mobilização coletiva

Carta defende trabalho decente e proteção social na Amazônia
COP-30 18 NOV 2025

Carta defende trabalho decente e proteção social na Amazônia

Desafios atuais na defesa da liberdade sindical em debate
Força 17 NOV 2025

Desafios atuais na defesa da liberdade sindical em debate

Reduzir jornada para proteger trabalhadores e o planeta
Imprensa 17 NOV 2025

Reduzir jornada para proteger trabalhadores e o planeta

Sintrabor inicia Campanha Salarial 2026
Força 17 NOV 2025

Sintrabor inicia Campanha Salarial 2026

Sindicato denuncia e justiça proíbe uso de legging e cropped para frentistas mulheres
Força 17 NOV 2025

Sindicato denuncia e justiça proíbe uso de legging e cropped para frentistas mulheres

Especialista alerta associados do Sindnapi sobre golpes digitais
Força 14 NOV 2025

Especialista alerta associados do Sindnapi sobre golpes digitais

Sindec-POA garante aumento real e amplia direitos em 2025
Força 14 NOV 2025

Sindec-POA garante aumento real e amplia direitos em 2025

FEQUIMFAR assina Convenção Coletiva com avanços para 2025/2027
Força 14 NOV 2025

FEQUIMFAR assina Convenção Coletiva com avanços para 2025/2027

Trabalhadores da Simoldes exigem nova proposta em 48 horas
Força 14 NOV 2025

Trabalhadores da Simoldes exigem nova proposta em 48 horas

SinSaúdeSP garante direitos dos trabalhadores da Telemedicina
Força 14 NOV 2025

SinSaúdeSP garante direitos dos trabalhadores da Telemedicina

SinSaúdeSP: INTS admite que não cumpriu reajustes previstos na Convenção
Força 14 NOV 2025

SinSaúdeSP: INTS admite que não cumpriu reajustes previstos na Convenção

Sintepav-BA faz assembleia em Piritiba
Força 14 NOV 2025

Sintepav-BA faz assembleia em Piritiba

Redução da jornada fortalece empregos e qualidade de vida
Imprensa 13 NOV 2025

Redução da jornada fortalece empregos e qualidade de vida

Mulheres exigem voz e igualdade na COP30
COP-30 12 NOV 2025

Mulheres exigem voz e igualdade na COP30

Setores químico, plástico e fertilizantes conquistam aumento real
Força 12 NOV 2025

Setores químico, plástico e fertilizantes conquistam aumento real

Miguel Torres defende unidade e transição justa na COP 30
COP-30 12 NOV 2025

Miguel Torres defende unidade e transição justa na COP 30

SinSaúdeSP convoca nova mobilização para quarta-feira
Força 12 NOV 2025

SinSaúdeSP convoca nova mobilização para quarta-feira

Fim da escala 6×1 é defendida por frentistas em audiência
Imprensa 12 NOV 2025

Fim da escala 6×1 é defendida por frentistas em audiência

Centrais sindicais levam Transição Justa ao centro da COP30
COP-30 11 NOV 2025

Centrais sindicais levam Transição Justa ao centro da COP30

Sindicato mobiliza trabalhadores da AGCO por direitos e salário
Força 11 NOV 2025

Sindicato mobiliza trabalhadores da AGCO por direitos e salário

Aguarde! Carregando mais artigos...