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Metade do gabinete do premier da Etiópia agora é de mulheres
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
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A ampla reforma ministerial vem sendo considerada um esforço sem precedentes para a paridade de gênero na nação africana. Os cargos ministeriais foram reduzidos de 28 para 20, e pela primeira vez na História da Etiópia postos na área de Segurança são ocupados por mulheres.
Outra mudança que chamou atenção foi a criação do Ministério da Paz, para combater uma onda de violência étnica que já provocou o deslocamento de cerca de 2,2 milhões de pessoas desde o ano passado — no total, a população etíope é composta por 100 milhões de pessoas. Este ministério, que ficará sob a responsabilidade da ex-parlamentar Muferiat Kamil, vai supervisionar a Polícia Federal, os serviços de Inteligência e a agência de segurança da informação do país, além de assumir a liderança na resolução de grande parte dos conflitos étnicos.
Para o Ministério da Defesa, foi nomeada Aisha Mohammed, a primeira mulher a ocupar essa posição no país. No novo gabinete, as mulheres também lideram os ministérios do Comércio, Transporte e Trabalho, assim como Cultura, Ciência e Fazenda.
— Nossas ministras vão refutar o ditado que as mulheres não podem liderar — disse Ahmed no Parlamento. — O principal problema neste país é a falta de paz. Este ministério (da Paz) trabalhará duro para garantir que ela prevaleça.
Para Awol Allo, especialista na História da Etiópia da Universidade de Keele, no Reino Unido, o aumento da participação feminina nos ministérios é muito relevante porque "a falta de igualdade de gênero é um problema persistente no país, com fortes tradições patriarcais".
— É um passo muito importante e progressista da parte do primeiro-ministro e muito consistente com as agendas transformativas que ele vem seguindo — disse. — Eu também acho que envia uma mensagem forte para as jovens etíopes.
A analista Hallelujah Lulie ressaltou que a presença no gabinete de duas mulheres muçulmanas é uma importante inclusão em um país em que um terço da população é de muçulmanos.
Desde a sua nomeação, Abiy fez as pazes com a vizinha Eritreia e presidiu a privatização parcial de setores econômicos-chave, como as telecomunicações. A economia cresceu quase 10% em média na última década, mostram dados oficiais, mas os recentes episódios de violência causam preocupações sobre sua estabilidade a longo prazo.