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Paulo Pereira da Silva
Trabalhador exige parte dos ganhos de produtividade
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Paulo Pereira da Silva
Sugerimos recentemente aos trabalhadores que estão em campanha salarial não abrir mão do reajuste salarial que leve em conta a reposição da inflação mais aumento real. Mas temos de negociar com os patrões um ganho real de salário que atenda às expectativas dos trabalhadores da base.
Isto significa exigir um reajuste substancial, tomando como base o aumento da produtividade das empresas. Por isso, os metalúrgicos estão certos ao introduzir na pauta de reivindicação reajuste salarial de 20% — total que leva em consideração a inflação do período e mais a produtividade do setor.
E, claro, temos de negociar com os sindicatos patronais e empresas por empresa a redução da jornada de trabalho sem corte nos salários.
Ao reivindicar tal índice mostramos que estamos indo ao encontro das idéias do presidente Lula que, recentemente, sugeriu que agora é hora de se fechar um excelente acordo porque os patrões estão ganhando muito dinheiro.
E o presidente está com a razão, pelo menos é o que mostra pesquisa do IBGE. De acordo com o levantamento, a produtividade do trabalho na indústria aumentou 4,11% no acumulado de 12 meses até junho, pouco abaixo do ganho apurado no intervalo de 12 meses até maio (de 4,27%), mas ainda próximo do ganho médio de 4,16% observado no ano de 2007.
Ainda de acordo com o IBGE, o ganho é decorrente do incremento de 6,71% na produção e de 2,5% no total de horas trabalhadas. Até representantes de entidade ligados aos patrões afirmaram sem meias palavras que o aumento da produtividade é suficiente para incorporar ajustes de salário que devem ocorrer no segundo semestre.
Na verdade, desde 2004, as indústrias vêm obtendo ganho médio de produtividade acima de 3% ao ano, o que contribuiu para o crescimento sustentável do setor no longo prazo. Por isso, companheiros, estão colocadas todas as condições para fazermos a melhor campanha salarial da história recente do país.
As empresas cresceram, os patrões ganharam muito dinheiro e nós, trabalhadores, queremos receber a nossa parte deste bolo. Mas, para isso, temos de mobilizar as categorias para que os patrões se sintam pressionados. E, se for necessário, temos de estar preparados para radicalizar a luta se os empresários se negarem a atender as nossas reivindicações.