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Rio de Janeiro (RJ):IBGE dá partida ao cálculo do PIB verde
quarta-feira, 13 de junho de 2012
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As Nações Unidas (ONU) acabam de aprovar uma padronização metodológica do sistema de cálculo dos recursos ambientais dos países, o chamado PIB verde. Isso vai permitir ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dar partida à mensuração do patrimonio ambiental do Brasil, logo após a Rio+20. O objetivo do IBGE é integrar esse levantamento ao sistema de contas nacionais que mede o PIB econômico.
Da lista de riquezas naturais consta água, florestas, energia, extração mineral que inclui minérios e petróleo, dentre outras.
‘Vamos começar com a conta da água, que vamos mensurar tanto em volume, quanto em valor, e calcular seu consumo pelas famílias, indústria e agropecuária’, diz Wasmália Bivar, presidente do IBGE. A instituição foi autorizada por portaria ministerial do Planejamento e Meio Ambiente, publicada dia 30 de maio no DOU, a criar um grupo junto com a Agência Nacional da Água (ANA) para trabalhar na conta da água.
O IBGE ainda não tem data para divulgar os dados da pesquisa. O tema é um dos mais presentes na conferência da ONU. ‘O processo é demorado’, explica Wasmália. Ela informa que a pesquisa levanta primeiro os estoques físicos de água e em seguida faz a sua valoração. Depois dessa contabilização, o IBGE vai começar a medir os usos desse capital. Para as atividades produtivas e de consumo o Brasil usa quanto de água?
‘Quando fecharmos essa conta vamos saber (IBGE) quais as atividades que consomem mais ou menos água para produzir o quê, em quê volume e valor’, adianta a presidente do IBGE. Segundo ela, a contabilidade desse patrimônio ambiental permitirá o IBGE avaliar se o país usa quantidades crescentes ou decrescentes de água em relação a produção de bens e serviços (PIB) e diagnosticar, com base em parâmetros de eficiência internacional, se desperdiça o precioso líquido.
‘Vamos saber ao longo do tempo se o país está diminuindo ou aumentando o consumo de água em relação ao PIB econômico. O mesmo ocorrerá em relação aos outros patrimônios naturais. Assim, descobriremos como está sendo usado o patrimônio ambiental do país. Vamos com isso conseguir responder a muitas perguntas importantes’, destaca Wasmália.
O diretor de Geociências do IBGE, Wadih Neto, ressalta outro aspecto relevante do PIB verde. O indicador pode ajudar na formulação de políticas. ‘Hoje já há regiões no Brasil onde água é um bem escasso, como no Vale do Paraíba. A conta verde vai facilitar escolha das atividades’.
Roberto Olinto, coordenador das contas nacionais do IBGE, diz que ‘o PIB verde não existe se não calculamos o PIB econômico’. Para ele, ‘não estamos mudando o PIB ou criando um outro, o PIB verde. Vamos complementar e aperfeiçoar o PIB’. Na prática, o PIB verde (o IBGE não gosta da expressão) será divulgado todo ano pelo IBGE junto com o PIB econômico. E terá impacto sobre o seu resultado final.
Um grupo de estatísticos está no IBGE desde segunda-feira para debater a implementação do sistema de padronização internacional do PIB ambiental das Nações Unidas.
O programa faz parte da Rio+20. Lá estão Ivo Havinga, chefe da divisão de estatísticas da ONU, Peter van de Ven, chefe das contas nacionais da OCDE, Sheng Fulai, do Pnuma, Glenn-Marie Lange, economista chefe de desenvolvimento ambiental do Bird, e Pedro Diaz, da Eurostat.