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1° de Maio: Os problemas são nossos
quarta-feira, 30 de abril de 2014
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O clima festivo por conta dos eventos que marcam o 1° de Maio por todo o País, data alusiva ao Dia do Trabalho nos convidam à reflexão sobre os razões que merecem comemoração.
É inegável a contribuição do movimento sindical no avanço e ampliação de direitos que repercutiram positivamente no desenvolvimento social e econômico do Pais. Mesmo assim, o cenário atual, repleto de flagrantes de desrespeitos aos direitos individuais e coletivos exigem uma movimentação além do ativismo que garantiu a representatividade das entidades na história do País. Na seara política, os escândalos em série afastam a população do debate e da participação.
No País pentacampeão de futebol, a insegurança atinge índices alarmantes, com taxas de mortes equivalentes aos números de países em guerra. Em pleno século XXI, a discriminação racial segue viva entre a nação com o maior a maior população negra do mundo, fora continente Africano.Enquanto nos orgulhamos da nossa 7° posição como maior economia do mundo, amargamos a 85° colocação no IDH ( Índice de Desenvolvimento Humano), ficando atrás de países como Irã, Sérvia e Cazaquistão. A lista de absurdos, que não caberia aqui, sinaliza ao movimento sindical a necessidade de se desvencilhar das glórias do passado. Hoje, a vanguarda das novas batalhas pertencem aos jovens, protagonistas da histórica mobilização de junho de 2013.
Esse dado comprova também que a luta por direitos, hoje, não é relativa a uma categoria, mas a todos os cidadãos, diretamente impactados pelos disparates rotineiramente inseridos em nosso cotidiano. Campinas -SP, uma das cidades mais importantes do interior paulista, onde resido e onde está estabelecido a unidade do Sinpospetro do qual sou presidente, há meses convive com a pior epidemia de dengue de sua história. A calamidade por trás de várias mortes decorre da falta de planejamento público, mesmo motivo quanto pertinente à questão da água, recurso sob risco de e escassez, pela incapacidade e falta de compromisso de nossos governantes . Diante do exposto, resta concluir que a luta atual não cabe somente ao movimento sindical. O momento é de união de forças. A insurgência feroz e silenciosa de representantes de setores políticos e empresariais desequilibra a luta pela continuidade dos avanços sociais e econômicos. Contra esse mal, cabe a necessidade urgente de ações voltadas a ampliar a participação popular.
Francisco Soares de Sousa, presidente da Federação Nacional dos Frentistas