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8 de março
segunda-feira, 14 de março de 2011
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Duas efemérides, uma delas mais que secular e a outra com 20 anos: o Dia Internacional das Mulheres (originalmente o Dia Internacional das Operárias, das bolcheviques e de Clara Zetkin) e a fundação da Força Sindical.
Sobre a data das mulheres e seu significado muito se tem escrito e com paixão. Felizmente, com o passar dos anos e com as lutas das mulheres e dos homens tem predominado o pensamento libertador de socialistas utópicos como Fourier – “ninguém é mais severamente castigado com a escravidão das mulheres que os homens” – e relegadas à lata de lixo da História as lições misóginas de grandes pensadores. Spinoza, no Tratado da Autoridade Política, por exemplo, observa que os homens não suportam que as mulheres que eles amam dediquem a menor atenção a outros homens e isto impossibilita que assumam juntos a autoridade. Felizmente, para Spinoza e para nós, perdeu-se a partir deste trecho toda a continuação do Tratado…
Sobre a Força Sindical copio reescrevendo o que publiquei em 14 de janeiro de 1991, quase dois meses antes de sua fundação, no Informe Sindical do Jornal do Brasil: “a época recessiva, a inflação persistente e a intransigência governamental (em particular no trato com o funcionalismo público) dificultam ainda mais o deslanche da Força Sindical. Se ela, apesar disso tudo, conseguir aglutinar em torno de seu dirigente (que não tem sabido compartilhar as realidades e práticas de seu sindicato e de sua confederação) as organizações existentes e, sobretudo, se conseguir, com suas ressonâncias pedetistas e quercistas, estabelecer vínculos diretos com a massa de trabalhadores não organizados e mais carentes (os descamisados), poderá vir a ser um novo polo de referência para a ação sindical”.
A trajetória da Força Sindical demonstra como a sagacidade e o empenho unitário dos trabalhadores deram rumo a esta iniciativa afastando-a das armadilhas e dos becos sem saída neoliberais.