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A 6ª Marcha desmente os golpistas
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
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O sucesso da 6ª Marcha unitária dos trabalhadores à Brasília e a pertinência das reivindicações apresentadas aos presidentes da Câmara e do Senado, e ao ministro Carlos Lupi, desmentem as premissas do complicado jogo golpista da oposição, de alguns analistas desorientados e dos editores da grande mídia.
Explico-me. Essa tríplice constelação de luz negra, capitaneada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tem procurado tecer nos últimos dias uma teia destinada a capturar os incautos. Partindo da inegável popularidade do presidente (que não pode ser negada, mas os incomoda), formulam com maior ou menor sofisticação as teses do ‘autoritarismo populista’ ou ‘populismo autoritário’, do presidencialismo individualista e da impossibilidade da continuação do projeto lulista sem a presença de Lula na presidência. Então, concluem – ou alguém conclui em nome de todos eles – pelo perigo e atualidade do projeto de terceiro mandato consecutivo, agora, sim, golpista.
A 6ª Marcha com seus milhares de participantes, com a unidade das seis centrais sindicais que a organizaram e com as reivindicações apresentadas – redução constitucional da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas, aprovação das Convenções 151 e 158 da OIT, aumento real para as aposentadorias e a política de valorização do salário mínimo – todas elas voltadas para a institucionalização das conquistas, desmentem a novela ensaiada pelos confusionistas embriagados de fracasso. O movimento sindical é forte, unido, reivindicatório e democrático.
Não há queremismo e nem haverá sem apoio explícito e organizado pelo movimento sindical. A 6ª Marcha não reivindicou terceiro mandato.
Nem existe, no horizonte visível das direções dos trabalhadores, o golpismo do terceiro mandato porque a 6ª Marcha reivindicou, pura e simplesmente, que se vote no Congresso e se implemente como política de Estado, a continuidade das políticas públicas de governo que têm significado vitórias e avanços para os trabalhadores.
Nada melhor para um queremismo disfarçado e malévolo (se existisse) do que, em lugar de procurar resolver institucionalmente os problemas, deixá-los no ar como reivindicações vagas e demagógicas. E a 6ª Marcha quer garantir desde já as conquistas para valer.
Contra o trolóló dos golpistas elegantes, ouviu-se o tropel agitado nas ruas de Brasília ocupadas pelos milhares de trabalhadores manifestantes da 6a. Marcha.
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical