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A carona como pretexto
sexta-feira, 12 de julho de 2013
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Habilidosa em difamar as manifestações populares, a mídia, dessa vez, usou a tática da comparação da participação de público para atacar as entidades sindicais.
Ao classificar como “mico”, o ato “Dia Nacional de Lutas”, à partir do paralelo entre os números dos movimentos de junho, a mídia reafirma sua cultura preconceituosa, e seu compromisso com a defesa de interesses que não dialogam com a classe trabalhadora.
O Dia Nacional de Lutas ocorreu em sintonia com a nova onda de protestos no Brasil, esta, comandada por um público jovem, que hoje bebe da fonte da qual o movimento sindical se abastece desde muito antes do nascimento da “Geração Facebook”.
Na tentativa de deturpar os fatos, a mídia deixa clara sua opção por ignorar a trajetória de 100 anos do sindicalismo, e seu protagonismo no processo de redemocratização do país, na campanha pelas diretas já e na elaboração da constituição de 1988, numa mostra de desrespeito com seus leitores e com a história.
Os gritos para um país melhor, vindo dos protestos de junho, certamente encontram eco na pauta do “Dia Nacional de Lutas”, que defende emprego, renda, saúde e condições de trabalho, dentre outras. Na nova tentativa de enfraquecer a prática das mobilizações, a imprensa mira as manifestações setoriais, classificando – as como políticas e tendenciosas, apesar de estarem sob uma pauta pública de reivindicações de ordem social.
É sabido que movimentos que não têm objetivos claros, lideranças e disciplinas, se desfazem sozinhos. Portanto, se cabe ao atual contexto o termo “carona”, certamente o veículo condutor está com o movimento sindical. Somos a vanguarda das ruas, mas não pleiteamos o monopólio da prática. Não existe a dicotomia apregoada pela imprensa. Por isso, seja bem vinda às ruas, geração Facebook!
Francisco S. Sousa, Chico Frentista, presidente da Fenepospetro