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A hora e a vez do sindicalismo
quarta-feira, 11 de março de 2009
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É nos momentos de dificuldades que surgem os grandes líderes. Essa máxima vem sendo repetida há muitos anos e não deixa de ser verdadeira. Ela vale para a política e também para o sindicalismo.
Afinal, quando as coisas vão bem, quando as empresas estão contratando, é mais fácil fazer acordos, negociar benefícios e aumentos salariais. Quando a crise aparece, e o Brasil já viveu dezenas delas, existem aqueles que entregam o trabalhador à própria sorte. E existem aqueles que procuram saídas, buscam alternativas e não se recusam a negociar com patrões e governos.
Nesse sentido, os sindicatos da Força Sindical estão dando o exemplo. Desde o final do ano passado estamos dizendo que o mais importante é preservar os empregos dos trabalhadores. Exigimos esse tipo de contrapartida nos empréstimos e reduções de impostos oferecidos pelo governo para os setores mais afetados pela crise.
Os sindicatos da Força foram à luta, fizeram paralisações nas empresas que demitiram e negociaram reduções de jornada de trabalho e de salário. Sempre com a contrapartida de que as empresas garantissem os empregos por um bom período.
Souberam também identificar as empresas mal intencionadas, que usaram a crise como desculpa para tentar retirar direitos e demitir mesmo sem estarem sendo afetadas pela crise.
Essa crise não será eterna e o Brasil deve sair antes e melhor que muitos outros países. Ela serviu, pelo menos, para mostrar a importância que o Estado deve ter na regulação dos mercados financeiros e na indução do crescimento econômico.
Medidas como a redução de juros e aumento dos investimentos públicos veem sendo exigidas pelo movimento sindical e foram parcialmente atendidas. Essa é mais uma mostra de que o sindicalismo brasileiro, que vive o dia a dia das empresas e da economia, já enxergava a retração que viria.
Assim como já alertava que o país tinha que apostar no crescimento do mercado interno. E isso, todos começam a perceber, está sendo conseguido graças ao aumento expressivo do salário mínimo. Aumentos que foram negociados com o governo pelo movimento sindical.
Neste momento, os sindicalistas da Força Sindical se lançam em campanhas salariais pedindo aumento real de salário pois sabem que só o aumento do poder aquisitivo dos brasileiros irá garantir mais empregos e melhores condições de vida em nosso país.
Danilo Pereira da Silva, Presidente da Força Sindical Estadual de São Paulo