Grandes organizações sindicais como a CNTM (metalúrgicos) e as centrais deram aos trabalhadores e às trabalhadoras régua e compasso para atuarem de imediato e durante o ano no conturbado processo político brasileiro.
Segundo a jornalista Joana Cunha, da Folha, as diretrizes das centrais sindicais unidas convocam atos contra a carestia e em defesa da democracia.
Tais iniciativas contemplam o mundo organizado nas empresas e a relação do movimento sindical com a massa da população.
Nas empresas, por ocasião das datas-base ou de maneira emergencial, as direções sindicais devem lutar pelo reajuste pleno em relação a inflação, buscando ganhos reais e apresentar pautas que conquistem auxílio alimentação, auxílio gás, auxílio energia, aumento da cesta básica e façam que não falte salário no fim do mês para a compra de comida. Ao mesmo tempo garantam-se os direitos à representação sindical e à negociação compatíveis com o estado democrático, principalmente naquelas empresas, como a Renault, no Paraná, em que os trabalhadores estejam em greve.
Para a campanha ampla contra a carestia e em defesa da democracia o movimento sindical deve organizar atos em conjunto com as entidades de moradores, donas de casa, religiosas e de iniciativas solidárias, como já foi feito pelos metalúrgicos de Guarulhos.
Muitas podem ser as formas desta campanha, desde a agitação contra a carestia, a denúncia da fome e a solidariedade efetiva, até a exigência de medidas pontuais e de efeito imediato no enfrentamento dos problemas. A ação, por sua vez, efetiva a garantia do empenho democrático e é um antídoto a quaisquer arreganhos golpistas.
As resoluções da CONCLAT estão aí para serem aplicadas e o único erro que um ativista ou um dirigente sindical não pode cometer, depois de conhecer a orientação unitária, é o de cantarolar, com Chico Buarque, “tô me guardando pra quando a eleição chegar…”. A hora é agora!
João Guilherme Vargas Netto é membro do corpo técnico do Diap e consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo