Todos devemos nos empenhar, com espírito unitário, para o sucesso da jornada de manifestações do dia 25 de novembro.
Com a ênfase na resistência à quebra de direitos, a mobilização deve servir para a acumulação de forças, tão necessárias nas futuras batalhas.
A jornada do dia 25 encerra um ciclo de iniciativas das cúpulas sindicais em que o estímulo predominante foi a busca da unidade de ação das centrais sindicais e do movimento dos trabalhadores.
Essas iniciativas resultaram em uma sucessão de atos, paralisações, greves, assembleias e passeatas em que predominaram a preocupação unitária e o esforço de resistência, mas que acolheram também as manifestações político-sindicais dos setores que não aceitaram a legitimidade do novo governo.
Esta etapa está vencida.
Não porque os problemas foram superados, mas exatamente porque os problemas se agravaram.
Com recessão e ataques patronais, PEC dos gastos e reforma previdenciária, articulações reacionárias no Congresso Nacional e votações retrógradas no STF abre-se uma nova conjuntura de grande instabilidade onde se encavalam: a continuidade renitente da recessão e do desemprego, o fim do “colchão social”, o previsível efeito desorganizador das denúncias da Lava Jato, o agravamento das dificuldades sociais em alguns Estados, as canhestras manobras governamentais para cooptar direções sindicais representativas, as incertezas na conjuntura econômica mundial e até os efeitos da eleição presidencial norte-americana. E para completar esse quadro caótico comparecem as festas desmobilizadoras de fim de ano, os recessos do Legislativo e do Judiciário e as férias escolares e dos trabalhadores.
Embora o anúncio ou efetivação de várias medidas negativas sejam esperados nesse fim de ano, a experiência demonstra que só com a retomada plena da capacidade de mobilização depois das festas e do carnaval (no fim de fevereiro) é que o movimento sindical terá melhores condições de resistência efetiva.
É por causa disso tudo que a jornada do dia 25 deve servir para a acumulação de forças sem desperdício.
João Guilherme, consultor sindical