Imagem do dia
Enviar link da notícia por e-mail
Artigos
Ajuda só para quem não demite
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Artigos
Os governos federal e de alguns estados, como São Paulo e Minas Gerais, anunciaram ajuda financeira para setores que estão sendo afetados pela crise financeira mundial. Só o setor automotivo recebeu R$ 8 bilhões de crédito para ajudar no financiamento para a compra de carros. A indústria como um todo, aliás, ganhou um prazo de mais 10 dias para pagar impostos federais.
Já o BNDES abriu linhas de crédito para financiar setores como o de produtores de equipamentos agrícolas e os de produção e transmissão de energia.
O Banco Central, por sua vez, reduziu pela metade o depósito compulsório que os bancos precisavam deixar depositado. Mesmo assim, ao invés de reduzirem as taxas de juros e aumentar a oferta de crédito, os bancos passaram a comprar títulos do governo, que rendem boas taxas de juros.
Em todos esses casos, só o governo do Estado de São Paulo, por exigência das centrais sindicais, colocou uma cláusula fundamental para os trabalhadores: os setores que receberam ajuda não podem demitir.
Esse mesmo dispositivo tem que ser incluído em toda e qualquer ajuda dos governos (Federal, estadual ou municipal) a empresas que estejam passando por alguma dificuldade momentânea. Ou seja: só recebe ajuda quem não demitir.
Ao mesmo tempo, o governo federal, por meio do FAT, precisa aumentar o número de parcelas do seguro desemprego. Hoje, elas variam de três a cinco parcelas. As centrais sindicais querem que elas sejam elevadas para até 10 parcelas.
Outro medida que poderia minimizar os efeitos da crise sobre os trabalhadores é a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Segundo o Dieese, isso permitira a criação de cerca de dois milhões de empregos diretos.
As centrais sindicais já entregaram ao Congresso um abaixo assinado com mais de 1,5 milhão de assinaturas pedindo a redução da jornada. Agora, no dia 3 de dezembro, nós voltamos ainda com mais força a Brasília para evitar que os trabalhadores, mais uma vez, paguem pela crise que não fabricaram.
Danilo Pereira da Silva é presidente da Força Sindical São Paulo