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Apostar no mercado interno
domingo, 10 de maio de 2009
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Todo mundo sabe que o Brasil é um dos países com maior desigualdade social e econômica em todo o mundo. A diferença de rendimentos recebidos pelo topo e a base da pirâmide social é estrondosa. Poucos ganham muito e muitos ganham muito pouco.
A melhor forma de diminuir essa distorção no atacado é adoção de uma política de forte crescimento do salário mínimo. Isso vem sendo feito pelo governo federal, principalmente depois do acordo com as centrais sindicais, em 2007, que estabeleceu reajustes do salário mínimo baseados na reposição da inflação mais o aumento do PIB (Produto Interno Bruto) do ano anterior.
Os seguidos aumentos do salário mínimo podem ser sentidos principalmente no Nordeste, onde boa parte da população recebe a mínima remuneração nacional. Lá, o crescimento da economia vem sendo maior que no restante do país.
Mas, para diminuir ainda mais as desigualdades é preciso aumentar a renda daqueles que vivem basicamente do trabalho assalariado. Nesse aspecto, os sindicatos desempenham papel fundamental.
Os acordos coletivos têm que trazer ganho real de salário, principalmente sobre os pisos, como foi feito agora no setor de doces e conservas onde nossos sindicatos conquistaram reajuste de 8,57% -7,5% a partir de 1º de março e mais 1º a partir de 1º de maio- para uma inflação acumulada de 6,5%.
Os empresários de todos os setores precisam entender que quanto melhor for o salário do trabalhador brasileiro maior será o seu poder de compra, maior será o crescimento da economia nacional como um todo.
O governo, por sua vez, tem que identificar e impor restrições aos países que fazem dumping social, pagam baixíssimos salários para exportar seus produtos a preço de banana e, com isso, prejudicam trabalhadores de outros países.
Esse tipo de política deve prevalecer até que o Brasil atinja os mesmos níveis de desenvolvimento econômico e social que a Europa e os Estados Unidos. Afinal, já passou da hora de o Brasil continuar sendo o eterno “pais do futuro”. O futuro é agora.
Carlos Vicente de Oliveira, o Carlão, é presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de São Paulo