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As categorias na luta sindical
segunda-feira, 16 de julho de 2012
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Durante a evolução do movimento sindical brasileiro muitas categorias ocuparam em revezamento o centro do palco.
Durante o Império os gráficos tiveram proeminência devido ao seu letramento como tipógrafos; na greve que fizeram na Corte em 1858 chegaram a imprimir seu próprio jornal com informações sobre o câmbio e a chegada dos navios ao porto, já que os outros jornais não circularam. A se destacar também os “moços do comércio” que por várias vezes agitaram as grandes cidades em passeatas e manifestações ruidosas contra o trabalho aos domingos.
Nelas também têm peso e influência as entidades de classe das “quatro artes da construção civil” (carpinteiros, estucadores, canteiros e pedreiros).
Com a República e a industrialização novas categorias vão se firmando na expressão das lutas sindicais: têxteis, metalúrgicos, alimentação, mobiliário e vidraria com jornais e panfletos nas línguas originais respectivas dos imigrantes.
Na organização corporativa que se implantou depois da Revolução de 30 estabelece- se o novo perfil urbano do trabalhador sindicalizado brasileiro; os urbanitários passam a ter força. O grande ausente é o camponês que só se incorpora nas décadas de 50 e 60 do século passado. As profissões ditas intelectuais, apesar do aparecimento temporão de sindicatos de engenheiros, somente se firmam a partir da redemocratização e da renovação sindical nos fins dos anos 70. Cresce o peso sindical dos bancários e os funcionários públicos são incorporados com a Constituição de 88.
As presidências das cinco grandes centrais sindicais hoje reconhecidas resumem o panorama das categorias e seus protagonismos: dois metalúrgicos, um comerciário, um bancário e um metroviário.
Para efeito de comparação o movimento sindical argentino de hoje é dirigido em suas cinco grandes centrais por um funcionário público, um professor, um metalúrgico, um garçom e um caminhoneiro.
João Guilherme Vargas Neto, consultor sindical