Nestes dias que precedem as eleições de 15 de novembro quero falar sobre aquilo que considero a grande tarefa dos dirigentes sindicais.
Acho que devem agir em suas bases respectivas orientando os trabalhadores e as trabalhadoras a participarem – votando – nas eleições.
O esforço prioritário deve ser este porque a pandemia, que amedronta, pode prejudicar o comparecimento. É preciso respeitar os protocolos sanitários da Justiça Eleitoral que ajudarão na defesa da saúde e dos eleitores.
Ao mesmo tempo em que estimulam o desejo e a intenção de votar, os dirigentes sindicais devem valorizar aquelas propostas dos candidatos – a vereadores e a prefeitos e vices – que atendem as aspirações dos trabalhadores e do movimento sindical expressas em suas plataformas e nas entrevistas que os sindicatos realizaram.
Esta deve ser a principal iniciativa institucional dos dirigentes, como aconteceu recentemente nos Estados Unidos segundo o companheiro Stanley Gacek, entrevistado pelo sindicato dos metalúrgicos da Grande Curitiba.
Ele contou que em seu país, onde o voto não é obrigatório, a grande tarefa do movimento sindical foi organizar a participação dos trabalhadores, garantido sua disposição de votar (apesar da pandemia) e reforçando assim o peso das pautas sindicais (lá os sindicatos podem apoiar diretamente os candidatos e até contribuir com recursos financeiros para as campanhas).
E como, aqui e lá, cada dirigente é um cidadão ativo, as redes pessoais e os contatos com os companheiros e seus familiares (baseados no prestígio e na credibilidade pessoal dos dirigentes e ativistas) serão decisivos nos apelos ao voto, de acordo com os pertencimentos e simpatias político-partidárias.
É preciso saber em quem votar e também em quem não votar e por quê. Bons votos.
João Guilherme Vargas Netto, é membro do corpo técnico do Diap e consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo