A mesma grande imprensa (Globo, Estadão, Folha de São Paulo, Veja…) que para ajudar o Governo a aprovar a Reforma Trabalhista insistia que iria gerar empregos, agora divulga números que contradiz a promessa feita. Escancara-se aí o que dizíamos naquela ocasião: a Reforma Trabalhista não geraria empregos, pelo contrário fecharia postos de trabalho com Carteira assinada. E num país que precisa de
retomada na economia, Carteira de Trabalho assinada é passaporte para o crédito e consequente aumento
do consumo, que as indústrias, o comércio e a prestação de serviços tanto precisa.
Os últimos números mostram que o desemprego oficial (e por isso, duvidoso) ficou em 13,1% da população ativa no primeiro trimestre de 2018. Ao todo chegamos a 14 milhões de desempregados. A taxa de desemprego neste primeiro trimestre encerrado em março é 1,3% maior que os 11,8% verificados no trimestre anterior (outubro a dezembro de 2017). Ou seja, aumentamos o número de desempregados em 1,4 milhão de pessoas. E pasmem: as poucas vagas abertas são para o emprego informal, sem Carteira assinada, fazendo com que neste primeiro trimestre o número de trabalhadores formais, corretamente registrados, é o menor desde 2012.
E tudo isso com a Reforma Trabalhista aí, retirando direitos conquistados historicamente pelos trabalhadores, causando insegurança jurídica às empresas responsáveis e mostrando ao mundo uma irresponsabilidade social jamais vista. Mas, creio, os financiadores da Reforma devem estar contentes e lucrando mais. O sub emprego oficializado pelo Governo através da Reforma Trabalhista nos leva para dias sombrios, de poucas expectativas positivas. Até porque a Reforma tratou de aniquilar os sindicatos e a Justiça do Trabalho, que queiram ou não são os únicos guardiões dos empregados em geral.
O Supremo Tribunal Federal está prestes a julgar ações contrárias à Reforma Trabalhista. Esperemos que o juízo bata àquela porta. A visão macro substitua os interesses mesquinhos e pontos da Reforma que levam o Brasil ao caos social sejam duramente rechaçados pela Corte Suprema. É isso ou os números continuarão a mostrar que pegaram um atalho perigoso em nome de uma “ modernidade trabalhista” que se mostra escravocrata.
Helena Ribeiro da Silva
Presidenta do SEAAC de Americana e Região