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Campanhas contra a crise
sexta-feira, 3 de abril de 2009
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Neste mesmo momento em que só se fala da crise que começou nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo, diversas categorias profissionais estão em campanha salarial para renovar seus acordos coletivos.
E, ao contrário do que possa parecer, este pode ser um bom momento para discutir a política salarial das empresas e de muitos setores econômicos. É o caso, por exemplo, de se perguntar, por que muitos trabalhadores do chão de fábrica recebem salários ridículos enquanto diretores e executivos recebem salários altíssimos, bônus e dividendos? Não seria a hora de diminuir as desigualdades entre aqueles que contribuem para o sucesso de uma empresa ou de um setor?
Os sindicalistas precisam fazer com que os setores patronais entendam que, melhorando o poder de compra de seus funcionários, estarão também fortalecendo o mercado interno e permitindo que mais pessoas consumam os seus próprios produtos.
Aliás, mesmo com toda essa discussão sobre a crise, alguns setores começam a perceber que é o mercado interno que está ajudando a mantê-los imunes. Basta ver o setor de alimentos, principalmente os destinados às camadas D e E, que praticamente não foi afetado e, ao contrário, cresce em diversos segmentos. E isso se deve, em muito, ao expressivo aumento do salário mínimo, que teve 12,05% de reajuste em fevereiro passado graças ao acordo negociado entre o governo e as centrais sindicais e chegou a R$ 465.
Rebater o discurso da crise e conseguir aumentos reais de salários, como no ano passado, é uma obrigação de todas as categorias em campanha. É hora de assembléias, panfletos, jornais e carro de som nas portas de fábrica. É hora de mostrar aos trabalhadores que eles não serão abandonados à própria sorte. E que o sindicato é, sim, o seu mais importante parceiro em qualquer momento da sua vida profissional.
Danilo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical São Paulo