Nos últimos anos, uma série de ações tomadas pelo Governo Federal acertou em cheio direitos sociais, trabalhistas e previdenciárias. As reformas destruíram conquistas importantes e os primeiros a serem atingidos, como sempre, foram os trabalhadores negros. Desde então, as perdas são sucessivas e, neste ano de 2020, a pandemia agravou ainda mais este cenário de retrocessos e desigualdades nas relações de trabalho, aumentando de forma dramática os índices do desemprego e informalidade.
Os dados mostraram que mais de 6,4 milhões de homens e mulheres negros saíram do mercado de trabalho, entre o 1º e o 2º trimestre de 2020. Ou seja, perderam ou deixaram de procurar emprego por acreditar não ser possível conseguir nova colocação. Entre os brancos, o número de pessoas nessa mesma situação chegou a 2,4 milhões.
Nesse momento de grande dificuldade, destacamos que é ainda mais urgente a necessidade da luta por políticas para inserção econômica e social do negro, pela presença qualitativa do negro no mercado de trabalho e nas mais diversas instâncias da sociedade e fazer o combate ao racismo, porque vidas negras importam!
Neste Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, vamos dedicar um momento para refletir sobre essa imensa desigualdade que assola o país e as constantes cenas de injustiças sociais.
Temos que nos aproveitar destes formatos de comunicação, as redes sociais e a possibilidade de alcançar informações e pessoas significativas na luta racial, para aprofundar nosso conhecimento neste tema e avançar no debate saudável.
Diante de tantos manifestos a serem compartilhados, essas ferramentas de comunicação servem também como instrumento para expressar nossa reflexão e valorização do trabalhador negro e da trabalhadora negra, reconhecendo cada pessoas com toda dignidade e respeito que qualquer relação humana exige.
Francisco Quintino,
Presidente do Sindicato dos Químicos de Rio Claro e Região e
Diretor do Departamento de Promoção de Igualdade Racial da FEQUIMFAR