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Diálogo de surdos
terça-feira, 3 de setembro de 2013
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A decisão da Câmara dos deputados em manter o mandato de alguém condenado e cumprindo pena em regime fechado é uma resposta da pior qualidade ao povo recém saído do maior protesto contra a corrupção já havido no país.
Natan Donadon (ex- PMDB), o deputado condenado por formação de quadrilha e desvio de dinheiro público, o popular roubo, dependia de pelo menos 257 votos, de um total de 469 deputados no plenário, para ser banido da vida pública, mas votaram apenas 405. Destes, 233 a favor da cassação, 131 contra, e houve 41 abstenções.
O despautério comprova o abismo existente entre o que pensa o congresso e o que quer a população, e deixa claro que as manifestações de rua, principal ferramenta do movimento sindical e dos brasileiros que não se sentem representados pelo governo, não são respeitadas pelo congresso, a despeito de todo o discurso demagogo pós-junho.
O fato merece atenção: Foi por meio das mobilizações que se deram as principais conquistas populares, e a prática permanece como o mais importante método de negociação das entidades para com um governo alheio à realidade dos trabalhadores.
O alerta é significativo para nós, sindicalistas que temos na Pauta Trabalhista e na defesa dos interesses do trabalhador brasileiro a maior bandeira de luta. Certamente, ações populistas virão, na tentativa de abrandar a opinião pública, como o fim do voto secreto, a votação da PEC 18 e a anulação da sessão que livrou Donadon. Mas nada alterará a comprovação de que o congresso que propõem e aprova as leis é o mesmo que defende aquele que a desrespeita.
Francisco Soares Sousa, presidente da Fenepospetro (Federação Nacional dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo)