
Apesar de ser autossuficiente na produção de petróleo bruto, o Brasil necessita importar gasolina, diesel e GLP, devido à lacuna entre a extração e o refino. A privatização da BR Distribuidora e da Liquigás nos lançou em uma situação de grande vulnerabilidade.
As empresas foram vendidas abaixo do preço pelos traidores da pátria, que mesmo após a derrota nas eleições, persistem servindo ao capital estrangeiro com ameaças à democracia e à soberania nacional.
A BR Distribuidora, criada na década de 1970 com o intuito de quebrar o monopólio das multinacionais que dominavam o setor de distribuição de combustíveis, atualmente se apresenta como Vibra Energia, uma companhia privada que opera conforme as normas de mercado e se reporta unicamente a seus acionistas. A Vibra possui a maior quantidade de postos de combustíveis no país, totalizando mais de oito mil.
A decisão da Petrobras de voltar ao setor de distribuição é assertiva, contudo, para o combustível líquido, será necessário aguardar mais quatro anos. O contrato leonino celebrado pelo governo Bolsonaro impede que a Petrobras comercialize gasolina e diesel em postos ao consumidor final até o ano de 2029.
O setor apresenta um elevado potencial de lucratividade, sendo gerido por grandes distribuidoras que não demonstram qualquer compromisso com a estabilidade dos preços. Apesar das sucessivas reduções nos preços dos combustíveis nas refinarias nos últimos dois anos, a queda não foi repassada para os consumidores.
O petróleo já é nosso. O principal desafio consiste em assegurar que essa fonte de energia, com significativo potencial econômico, seja convertida em oportunidades de emprego e em investimentos nos setores de educação e saúde para a população brasileira. É imprescindível que abandonemos a economia primitiva a fim de nos tornarmos grandes exportadores no futuro.
Eusébio Pinto Neto,
Presidente do Sinpospetro-RJ e da Federação Nacional dos Frentistas