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Dois documentos
sexta-feira, 4 de março de 2011
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Do ponto de vista dos trabalhadores a conjuntura atual é a melhor desde os anos de transição da ditadura para a democracia. Os dados econômicos falam por si: emprego, aumentos salariais, distribuição de renda e consumo das famílias; todos estes indicadores são altamente positivos em suas diversas medidas e implicações.
Politicamente, com a vitória eleitoral da presidente Dilma, apoiada por forte coalizão partidária, cresce a responsabilidade e o prestígio das entidades dos trabalhadores que, em sua esmagadora maioria, a defenderam e trabalharam por ela, baseadas na Agenda para um projeto nacional de desenvolvimento com soberania, democracia e valorização do trabalho, aprovada por unanimidade pelo movimento sindical em 1º de junho de 2010 no Pacaembu, em São Paulo.
Esta é a plataforma unitária dos trabalhadores brasileiros, a mais avançada e coerente de todos os movimentos sociais em nosso continente como a caracteriza João Pedro Stedile, do MST.
Cada reivindicação e cada proposta incluída reflete a unidade conseguida pelo movimento sindical para a realização de seus objetivos.
A “pauta nacional dos trabalhadores” nos dá coerência para comemorarmos o PIB de 2010 e a conjuntura positiva e para combatermos os juros altos e os arreganhos dos rentistas.
É natural que cada uma das centrais sindicais procure desenvolver com autonomia seus próprios projetos. A UGT, por exemplo, que não compareceu ao Pacaembu, procurou depois, com base em seus documentos, a aproximação com a corrente unitária do movimento. Já a CUT, de maneira legítima mas surpreendente, sobrepôs ao documento do Pacaembu suas próprias proposições que haviam sido elaboradas na Plataforma da CUT para as eleições 2010 (cuja 1ª edição é de maio de 2010) anunciando uma campanha institucional e pública contra o imposto sindical (é a proposição 24 do documento).
Todos percebem que o esforço unitário feito em junho de 2010 para concretizar a “pauta nacional dos trabalhadores” deve ser preservado e servir de base para as ações fortes e necessárias do movimento sindical, de seus dirigentes e ativistas, rejeitando para o segundo plano as iniciativas exclusivistas que são divisionistas e desorientadoras.
João Guilherme Vargas Neto, consultor sindical