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Dois fatos
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
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Sou dos muitos que acreditaram que a eleição presidencial se resolveria em primeiro turno como aconteceu com a esmagadora maioria das eleições para governadores (somente 14% do eleitorado ainda tem que ir às urnas para escolher o governador em oito estados e no Distrito Federal).
Dilma teve uma grande vitória, com expressiva diferença em relação a Serra, mas precisa confirmá-la no segundo turno ampliando sua votação.
Dois fatos merecem ser destacados e de sua compreensão decorrem muitas conclusões.
O primeiro deles é a dificuldade de conversão do prestígio do presidente Lula em votos para a sua candidata.
Façamos a conta: Lula tem 86% de aprovação; descontados os abstencionistas este número cai para 70% dos quais Lula converteu menos que 70%. Portanto, dos que o aprovam, a metade não sufragrou Dilma (contando os abstencionistas, os que votaram nulo, em branco e em outros candidatos). Será preciso explicar ainda mais e melhor o sentido da continuidade para os que não o entenderam e para os que querem continuidade com alguma mudança.
O papel de Lula é decisivo.
O segundo é a votação de Marina. O “marinado” é uma pizza de muitos sabores onde as fatias “verde” e “fundamentalista” são as menores. Há um enorme conjunto de motivações para o voto em Marina que precisa ser entendido (uma coisa é certa, o mapa de vitórias do Serra é o mapa do agronegócio, o que dificulta o casamento entre serristas e marinistas). Mais uma vez torna-se imperioso explicar a continuidade, compreender as mudanças e descalçar o salto alto.
É necessário reagrupar forças políticas e sindicais para confirmar a vitória de Dilma no dia 31 de outubro. O movimento sindical deve reafirmar seu apoio à continuidade do crescimento com distribuição de renda, afiançar as reivindicações da CONCLAT e desmascarar a demagogia de Serra garantindo desde já, com Lula, um forte aumento do salário mínimo e das aposentadorias que devem vigorar desde 1º de janeiro de 2011.
João Guilherme, consultor sindical