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Educação e soberania
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
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O crescimento econômico do país vem mostrando uma das facetas mais perversas da falta de políticas educacionais voltadas para as camadas mais pobres da população: o descaso com o ensino profissionalizante. Inúmeros são os setores da economia que simplesmente não encontram profissionais preparados para exercer atividades básicas. Hoje, faltam pedreiros, eletricistas, mecânicos em quase todas as regiões do Brasil.
Até algum tempo atrás, instituições como o Senai, Sesi e Senac ofereciam cursos profissionalizantes gratuitos para um bom número de adolescentes. Além de reduzirem a oferta de vagas, essas instituições passaram a cobrar mensalidades. E a rede pública de ensino não conseguiu atender a demanda de jovens que todos os anos procuram formas de ingressar no mercado de trabalho.
Mas algumas iniciativas estão sendo tomadas. As federações dos Químicos e da Alimentação da Força Sindical e outras entidades sindicais e empresários acabam de firmar um convênio com o Ministério do Trabalho para qualificar 6.353 trabalhadores para o setor sucroalcooleiro em 2008. Em São Paulo serão oferecidos, entre outros, cursos de caldeireiro, mecânico, ferramenteiro, soldador, operador de tratamento de caldo e evaporação, operador de processo de fermentação e destilação, operador de colhedeira de cana-de-açúcar e operador de moagem. O convênio se enquadra dentro do Planseq (Pano Setorial de Qualificação Profissional – Setor Químico) do Ministério do Trabalho). Existem hoje no Brasil mais de uma centena de novas usinas de açúcar e álcool sendo construídas. Esses investimentos devem criar 360 mil novos empregos diretos e cerca de 900 mil indiretos.
Nossa iniciativa é, como se pode ver, apenas uma gota d’água neste oceano de oportunidades profissionais que estão sendo abertas. O Brasil deve eleger a qualificação profissional como prioridade. Afinal de contas, a educação é a melhor forma de garantir a soberania e autodeterminação de qualquer povo.
Um feliz 2008, com muito emprego e educação para todos os brasileiros.
Danilo Pereira da Silva é presidente da Força Sindical São Paulo