Não é por coincidência que todos os fatos por mim resenhados nesta coluna não tenham merecido atenção da mídia grande. Ela faz parte da confusão reinante e, violando suas responsabilidades e atribuições, não está atenta àquilo que pode representar soluções na crise em que vivemos.
Contra a agressão fascista ao Congresso Nacional apenas houve a voz unitária e firme das centrais sindicais. Elas também foram protagonistas das manifestações do dia 25 que tiveram como eixos a resistência à quebra de direitos e a exigência da retomada do crescimento econômico e o enfrentamento da recessão. Em vários Estados e de diferentes maneiras os trabalhadores – por meio de suas direções sindicais – manifestaram-se unitariamente.
Para citar dois exemplos: em São Paulo houve paralisações nos setores metalúrgicos e da construção civil e concentrações na sede do BNDES e no viaduto Santa Ifigênia. No Paraná houve protestos dos trabalhadores das empresas automobilísticas da grande Curitiba e assembleias prolongadas nas empresas de transporte coletivo na capital.
Como expressão também da vontade unitária e esclarecida, metalúrgicos e comerciários difundiram em massa o jornal sobre a renovação da frota como medida pontual para enfrentar a recessão.
Mas quero destacar aquela que, a meu juízo, foi a mais forte e unitária manifestação nacional: os engenheiros brasileiros, atendendo à convocação do sindicato de São Paulo e de sua federação nacional, agruparam-se durante três dias em Barra Bonita, com suas representações sindicais, associativas, educacionais, da juventude, empresariais e do sistema profissional Confea-Creas e aprovaram por aclamação no fim dos trabalhos a Carta de Barra Bonita, com o chamamento à Engenharia Unida.
Na Carta há duas constatações fundamentais: é preciso enfrentar a recessão para sair da crise contrariando os rentistas e o campo da engenharia unida tem um papel estratégico nestas tarefas.
A Engenharia Unida, com a liderança reconhecida de Murilo Pinheiro, é o movimento capaz de “unir-se a todos os brasileiros na construção do Brasil necessário e possível, pujante, includente e verdadeiramente democrático”.
Tudo o que descrevi e muito mais que pode ser resenhado aponta para superação da crise com participação republicana e democracia.
João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical