Reproduzo em texto corrido a entrevista que dei a João Franzin, da Agência Sindical, na segunda-feira, 31/10.
Trechos principais:
Relevante – O aspecto mais relevante da campanha foi a ação presencial de Lula, que funcionou como ponta de lança de resistência à baderna e ao golpismo bolsonarista.
Congresso – Na medida do possível, a própria eleição de Lula reequilibrará a grande derrota do campo progressista nas eleições proporcionais. Há adversidades e problemas que ele saberá enfrentar com a sabedoria que demonstrou ao longo da campanha.
Bolsonarismo – Sua vitória não pôde ser completa porque a atuação individual de Lula impediu.
Casamento – Lula representou o casamento do indivíduo carismático com a percepção de suas propostas, como um salário mínimo maior e respeito aos pobres. A altivez de sua pessoa e programa fez com que ele fosse mais crível que a própria promessa de Bolsonaro de elevar o Mínimo pra R$ 1,4 mil.
A eleição – Nem vitória do PT, nem da frente ampla, nem do povo brasileiro, embora Lula carregue essas três marcas. O povo brasileiro está politicamente dividido pela metade. Nesse quadro, a vitória pessoal de Lula tem um caráter fundamental.
Sindicalismo – O movimento participou das eleições enfrentando dificuldades estruturais, como desemprego, perda salarial e poucos recursos nas entidades. Mas procurou contribuir. Eu não superestimo nem alimento ilusões de protagonismo. Devemos dar força e projeção às propostas de Lula, como, por exemplo, a negociação tripartite. O documento da CONCLAT 2022 precisa vir a ser um programa orgânico nosso.
Confiança – Quanto a Lula, o movimento deve perguntar: "onde é que eu assino, Presidente?" E trabalhar pela unidade da base, que votou dividida.
João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical de entidades de trabalhadores