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Fortalecer e ampliar a participação da mulher
quarta-feira, 6 de março de 2013
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As mulheres, no mundo e no Brasil, garantiram ao longo do último século importantes conquistas na luta por direitos, voz e representação.
Foi justamente essa luta que deu origem ao 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. A data reverencia a memória de 130 operárias têxteis de Nova Iorque, Estados Unidos, assassinadas, queimadas, em 1857, dentro da fábrica onde faziam greve pela redução da jornada de 16 para 10 horas.
No início do século XX, mulheres defendiam em praça pública o direito do voto feminino. O tema chegou a ser discutido em Assembleia Constituinte em 1891, mas negada sob argumentos preconceituosos.
Em 1927, o então governador do Estado do Rio Grande do Norte, Juvenal Lamartine de Faria, garantiu o direito da mulher de votar. A primeira brasileira e da América do Sul a exercer o voto foi a professora Celina Guimarães Viana, em 5 de abril de 1928. Os votos, no entanto, foram anulados pela comissão de Poderes do Senado.
A pressão continuou e, com o apoio do governador Juvenal, elegeu-se a primeira prefeita da história do Brasil, Alzira Soriano de Souza, na cidade de Lages.
Essa luta foi ganhando força até que em 1931, por meio de um código eleitoral provisório, a mulher teve a concessão do direito ao voto, mas de forma limitada: apenas as solteiras ou viúvas com renda própria ou as mulheres casadas com a permissão do marido.
Somente em 24 de fevereiro de 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, a mulher conquistou o seu pleno direito ao voto. Na Assembleia Constituinte de 1933, foram eleitos 214 deputados e uma única mulher, a paulista Carlota Pereira de Queiroz.
A eleição de uma mulher a um cargo legislativo veio em 1935, com a eleição de Maria do Céu Fernandes, do Rio Grande do Norte, a primeira mulher eleita deputada estadual pelo voto popular.
Hoje, a mulher conquistou direitos e ampliou sua participação. O que muita gente achava que nunca ia acontecer, aconteceu: o Brasil é governado por uma mulher, Dilma Rousseff. E pensar que a mulher só conquistou o pleno direito ao voto em 1932.
Esse fato demonstra a ascensão da mulher na vida política e social da Nação. Apesar disso, o número de mulheres em cargos do Executivo e Legislativo ainda é muito baixo. Nos locais de trabalho a mulher ampliou seu espaço, mais ainda enfrenta as diferenças salariais.
Se há um setor que busca a valorização da mulher é o movimento sindical. Temos ampliado a participação nas diretorias e nas atividades sindicais, mas ainda é preciso ocupar o espaço político e de decisões. Na categoria frentista, à qual pertenço, por exemplo, sou uma das poucas mulheres que comandam uma entidade sindical.
Violência – Não poderia deixar de falar sobre esse flagelo da violência, que tem vitimado centenas de mulheres todos os dias. A Lei Maria da Penha foi uma das mais importantes conquistas no combate à violência contra a mulher. No entanto, as Delegacias de Defesa da Mulher ainda funcionam em condições difíceis, com poucos funcionários e equipamentos. E, o pior, não atendem 24 horas e nem aos finais de semana.
Neste 8 de Março, a melhor maneira de homenagear a mulher é combatendo a discriminação e a violência. Essa é uma luta que deve ser apoiada por todos, homens e mulheres. Aproveito para reafirmar o compromisso do Sindicato dos Frentistas de Guarulhos e Região na luta por mais direitos, licença-maternidade de 180 dias e igualdade de salários.
Parabéns, companheiras!
Telma Cardia, presidente do Sindicato dos Frentistas de Guarulhos e Região e da Secretaria da Mulher da Federação Nacional dos Frentistas (Fenepospetro)