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Garantia nos avanços dos comerciários
terça-feira, 11 de agosto de 2015
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A vitalidade e a pujança do setor do comércio não ocultam os diversos problemas e desafios do setor, que é reconhecido por um alto grau de rotatividade, com grande número de trabalhadores submetidos a extensas jornadas e baixos rendimentos. Esse é um debate antigo que voltou à tona de uma forma ameaçadora para os trabalhadores, pois o comércio varejista está discutindo com o governo federal formas de flexibilizar a jornada de trabalho para enfrentar a crise, só que reduzindo também os salários.A proposta vale para todo o comércio varejista do País. Trabalhar apenas três vezes por semana, ou até menos, mas receber proporcional ao que trabalhou.
Além da redução dos salários, o mais grave nesse modelo proposto pelos patrões é que o trabalhador tem que ficar à disposição da empresa a hora que esta bem entender. É um equívoco pensar que, em momentos de crise, reduzir salários, deixando o trabalhador à mercê do patrão, é a alternativa para melhorar a situação. Nós temos que lutar para que haja mais incentivo para o setor, gerando maior distribuição de renda e, consequentemente, mais vendas e mais empregos. Reduzir a jornada de trabalho, de 44 para 40 horas semanais, é sim uma luta antiga do Sindec-POA juntamente com a Força Sindical, mas que tem como princípio não reduzir os salários.
Flexibilizar a jornada de trabalho com redução dos salários é o início de um efeito dominó que vai gerar um caos social muito maior. Se o intuito da classe patronal é enfrentar a crise reduzindo os custos, antes de falarem em flexibilização, deveriam adotar o fim do trabalho nos domingos e feriados. Aliado a isso, o governo deveria fazer um esforço para incentivar o comércio a se desenvolver e gerar mais renda, automaticamente haverá mais empregos e as conquistas de direitos serão mais amplas para toda a categoria comerciária.
Nilton Neco,
Presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre