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Garantir os 7,71%
quarta-feira, 5 de maio de 2010
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O reajuste de 7,71% este ano para os aposentados que recebem acima do salário mínimo é justo e deve ser aprovado pelo Senado e promulgado pelo presidente da República.
Quando as centrais sindicais unidas conseguiram o reajuste do salário mínimo, com o apoio do presidente Lula que editou Medida Provisória, cobrindo a inflação e acrescentando o ganho real equivalente ao aumento do PIB de dois anos atrás, este aumento pressionou para cima – e com razão – toda a grade de salários pagos no país e as remunerações das aposentadorias. Justo, correto, aceitável, realizável e, sobretudo, favorável aos trabalhadores e à economia.
Estabeleceu-se a discussão de quanto seria atribuído aos aposentados que ganham acima do mínimo: a proposta inicial do governo foi de 6,14% contemplando a inflação mais 50% do PIB de dois anos atrás. Com mobilização e pressão a “equipe econômica” aceitou o reajuste de 7%; chegou a ser mencionado o reajuste por faixas de valores, como tinha sido o acordo de correção do saldo do FGTS.
Deve-se registrar que, com qualquer das soluções, os aposentados que recebem acima do mínimo passariam a ter ganhos reais pela primeira vez.
Em toda negociação sempre se quer um pouco mais, desde que possível. E o deputado federal Paulinho da Força apresentou a sua proposta: inflação mais 80% do PIB de dois anos atrás, o que daria os 7,71%. Como o deputado, além de presidir a Força Sindical e de ter a confiança dos aposentados, tem um bom relacionamento com os colegas na Câmara dos Deputados e no Senado, sua proposta foi aceita como capaz de unificar as posições de quem reivindicava e de quem votaria o valor.
Durante dois ou três meses as manifestações se sucederam em Brasília e as negociações entre os deputados e senadores avançaram, contrapondo-se à incoerência do líder do governo (errático em sua subserviência à “equipe econômica”) e aos que “batem palma para doido dançar”.
A vitória do 7,71% foi acachapante e precisa, com justiça, tornar-se efetiva.
Deve-se relevar a esquizofrenia dos rentistas que apedrejam a solução mas comemoram a derrota política do governo, que foi a derrota da vagareza em compreender que o reajuste dos aposentados tem o mesmo papel positivo na economia que o reajuste do salário mínimo.
João Guilherme Vargas Netto, Consultor Sindical