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Ideia de jerico
terça-feira, 13 de agosto de 2013
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O jornalão se esbaldou com a notícia plantada de que o “núcleo duro” do governo estaria empenhado em trazer engenheiros de outros países para trabalhar em prefeituras no interior do Brasil.
Talvez animado pela crescente aprovação popular à vinda de médicos de fora, um “genial” burocrata decidiu receitar o mesmo remédio, esquecendo-se de que o melhor caminho para o erro é enfrentar problemas diferentes do mesmo modo. Ninguém penteia os cabelos com martelo.
O endurecido nucleado, com sua ideia de jerico, esqueceu-se de que a falta individual de médicos nos rincões não se parece em nada com a falta de engenheiros; os jovens profissionais da engenharia não se recusam a trabalhar longe, nas grandes obras, nos “trechos” em construção, nas minas, nos acampamentos ou na roça. Em pequenas prefeituras como pode se alojar um engenheiro, ganhando quanto, com que carreira e para quê?
A Federação Nacional dos Engenheiros, que representa a maioria dos profissionais, tem desenvolvido desde sete anos o projeto Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento e nele tem defendido o aumento do número de formados em engenharia para suprir as necessidades do desenvolvimento econômico; ao que eu saiba é a única entidade de profissionais de formação universitária que defende sistematicamente o crescimento de sua categoria, contrariando o padrão corporativo.
Um dos filiados à FNE, o Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo tem desenvolvido inúmeros projetos de engenharia de interesse social, como o programa de habitação popular PROMORE, de Bauru e outras cidades e criou o ISITEC, escola de engenharia, que já oferece cursos de qualificação para as prefeituras se adaptarem às novas regras da iluminação pública. Outro, o Sindicato dos Engenheiros do Acre é o parceiro do governo do Estado e de prefeituras em inúmeros projetos sociais relevantes.
A FNE tem, portanto, autoridade no assunto e experiência capaz de contribuir com os poderes municipais, estaduais e com a própria presidência da República no equacionamento e solução dos problemas enfrentados pelo desenvolvimento, como vem fazendo, por meio de convênio, com o ministério dos Esportes no acompanhamento das obras da Copa do Mundo de 2014.
João Guilherme Vargas Neto, consultor sindical