Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
25 OUT 2024

Imagem do dia

Sindirefeições São Paulo celebra outubro Rosa com café da manhã

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

Jovens e conservadores? A rebeldia manipulada

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Artigos

Jovens e conservadores? A rebeldia manipulada

Por: Eduardo Annunciato, Chicão

É improvável encontrarmos alguém que nunca se rebelou contra alguém ou alguma coisa durante a sua juventude. Independente de costumes, culturas e condições socioeconômicas, a rebeldia, em maior ou menor grau, faz parte do processo de construção da personalidade de cada indivíduo.

Em épocas passadas, os jovens com sete anos já trabalhavam em fábricas (hoje, o trabalho infantil é crime). Com 14 anos, já estavam aptos a casar (muita responsabilidade para pouca maturidade). Estes são dois exemplos da influência do contexto social sobre o comportamento humano e os valores aceitos e praticados por uma determinada sociedade.Rico ou pobre, negro ou branco, com ou sem escolaridade, de família estruturada ou não, o jovem sempre teve e continua a ter seus momentos de rebeldia. No início dos anos 1900, era comum que os jovens se recusassem a trabalhar e seguir os passos de seus pais. Nascia assim o conceito de delinquente juvenil – também a sociologia, a psicologia e outras ciências desenvolveram inúmeros estudos sobre o comportamento dos jovens.

A realidade é que a juventude tem como característica basilar a negação da autoridade. Tal negação está presente nas famílias (conflito de gerações) e nas escolas (relações conflitantes entre professores e alunos). Também é comum que o jovem negue o adulto (“tiozão”, careta, velho, ultrapassado etc.). O mundo do trabalho e suas regras impostas pela busca do lucro acaba reproduzindo um ambiente propício a contestações por parte das entidades sindicais, representantes legais dos interesses dos trabalhadores. Mas por que os jovens também são arredios à participação maciça nos sindicatos?

A resposta a esta complexa questão não é tão simples: a história mostra que a juventude está sempre em transição, e que o contexto sociopolítico, econômico e cultural interfere nas escolhas e comportamentos dos jovens. Podemos citar como exemplos a juventude nazista, e, nos anos 1960, os jovens brasileiros identificados com a proposta integralista, também conhecida como um fascismo brasileiro.

A eterna dinâmica da formação da identidade da juventude é decorrente das mudanças que ocorrem na sociedade, que acabam “direcionando” a formação da identidade dos jovens. A sociedade vive em um movimento pendular, entre a esquerda e a direita, muito em função do grau de insatisfação dos indivíduos com seus governos – insatisfação essa que se renova e aumenta, em função das seguidas crises do sistema capitalista, das limitações da social-democracia e da democracia liberal, em colocar fim às desigualdades sociais e às injustiças de uma sociedade manipulada pela grande mídia corporativa e hipnotizada pelo ideário neoliberal de liberdade individual, da meritocracia e do endeusamento do livre mercado.

Marx e Engels escreveram que as ideias das elites dominantes são as ideias que acabam por moldar o comportamento e o pensamento dos jovens. A questão é que a rebeldia dos jovens, se não for monitorada e controlada, pode tornar-se uma ameaça ao status quo construído, defendido e mantido pelos mentores, a serviço da elite dominante.

De forma muito esperta e rápida, a direita conseguiu capitalizar para si a rebeldia e o descontentamento da juventude com as regras e a autoridade instalada pelo regime político em vigor, ocupando um espaço que a esquerda não soube utilizar, mesmo com a maioria dos jovens dependendo de empregos e de salários para sobreviver. O apelo conservador cooptou a rebeldia dos jovens, em detrimento da consciência política reformista ou revolucionária propostas pela esquerda.

Essa disputa pela energia da juventude rebelde, momentaneamente vencida pela direita, foi de vital conveniência para apagar a imagem da direita envergonhada pelos seus próprios erros – pela ditadura, pela concentração de renda e pela discriminação racial e social – marcas indeléveis de uma elite egoísta e indiferente aos seres humanos menos favorecidos.

A estratégia adotada foi a de a própria direita criticar o sistema, criado por ela mesma. Neste sentido, os partidos políticos, a justiça, as escolas e os sindicatos viraram alvos de ataques antidemocráticos, travestidos de críticas ao sistema em vigor, críticas estas premeditadamente pensadas, e, muitas vezes, ancoradas em mentiras, distorções e omissões de fatos disseminados pelas redes sociais.

Institutos liberais foram criados por partidos políticos de direita e por instituições conservadoras (dos seus próprios interesses), para aproximar os jovens dos dogmas liberais (novamente, temos conservadores falando de liberdades individuais, criticando o sistema, falando em mudanças, tudo para se manter no topo da pirâmide do poder). Livros foram escritos, memes aparecem todos os dias na internet, a história não conta mais. Até os jovens identificados com a esquerda reformista também se mostraram decepcionados com o governo Dilma, que, muitas vezes, se demonstrou conciliador, priorizando o país.

O resultado foi uma juventude, seja mais inclinada à esquerda ou à direita, decididamente crítica ao sistema em vigor. O exemplo mais claro foi o movimento pelo passe livre (MPL), que não foi devidamente compreendido pela esquerda, enquanto a direita se programou para sequestrar as ruas. Neste mesmo período, a OAB lançava uma campanha em que apareciam diversas frases, como, por exemplo: “cansei da corrupção”, “cansei de crianças nas ruas”, “cansei do poder paralelo dos traficantes”, “cansei da burocracia excessiva”, dentre outras: tudo emoldurando o sentimento por mudanças.

Neste contexto, algumas pessoas perceberam que o liberalismo (crítica ao sistema) seria mais facilmente aceito pelos jovens insatisfeitos, se fosse transmitido através de mensagens e vídeos com humor. Estava construída a ponte entre os interesses da elite dominante, que queria um Estado mínimo e sem regras que dificultassem o seu lucro, e os jovens insatisfeitos com a falta de perspectiva de prolongarem sua juventude e com um futuro constituído por regras (regras são necessárias para o convívio social, desde que busquem o bem comum). Nascia, assim, uma juventude engajada na luta por mudanças, mas manipulada por aqueles que não querem mudar nada.

A cultura da antipolítica foi rapidamente acolhida por uma juventude ansiosa por mudanças e por uma parcela conservadora de cidadãos iludidos por discursos de “líderes” políticos e religiosos, que colocam toda a culpa das mazelas sociais na esquerda.

Neste contexto, o movimento sindical não deu a devida importância aos anseios dos jovens. Muitos dirigentes sindicais não abriram mão de seus cargos em prol de jovens e nem atualizaram sua comunicação para dialogar de forma mais próxima e efetiva com eles – inclusive, aqueles que não trabalham ou não são sindicalizados.

As igrejas abriram suas portas ao rap, surgiu o “rock cristão”, o punk criou um viés ultranacionalista e o presidente Lula foi eleito, pela primeira vez, com um vice que fazia sua oposição – não se trata de conversão ao conservadorismo, mas a esquerda precisa estar mais atenta à dinâmica social.

Quando não valorizamos a história, ocorre uma perda de memória na sociedade, abrindo, assim, um enorme espaço para o conservadorismo e sua falácia liberal, inclusive no mundo do trabalho, onde os jovens demonizam os sindicatos e acreditam que as empresas concedem, por liberalidade, todos os benefícios para os trabalhadores.

A rebeldia sindical contra a exploração da classe trabalhadora, contra a concentração de renda e contra as injustiças sociais deve se colocar lado a lado com a rebeldia da juventude, mesmo que isso signifique rever algumas posições antiquadas de antiquados dirigentes sindicais.

Eduardo Annunciato – Chicão
Presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Energia, Água e Meio Ambiente – FENATEMA e do Sindicato dos Eletricitários do Estado de São Paulo – STIEESP e Vice-presidente da Força Sindical

Site – www.eletricitarios.org.br
Facebook – www.facebook.com/eduardo.chicao
Instagram – www.instagram.com/chicaooficialsp/

Redução da jornada
João Guilherme Vargas Netto

Redução da jornada

Por uma jornada de trabalho mais justa
Milton Cavalo

Por uma jornada de trabalho mais justa

A democracia econômica precisa de um Estado forte
Eduardo Annunciato, Chicão

A democracia econômica precisa de um Estado forte

Ir à Greve e Conquistar Direitos; por Clemente Ganz Lúcio
Clemente Ganz Lúcio

Ir à Greve e Conquistar Direitos; por Clemente Ganz Lúcio

MPT: A contribuição assistencial e o exercício de oposição
César Augusto de Mello

MPT: A contribuição assistencial e o exercício de oposição

Privatizar o lucro; ceder o desespero
Lineu Mazano

Privatizar o lucro; ceder o desespero

É hora de arregaçar as mangas e focar em 2026
Eusébio Pinto Neto

É hora de arregaçar as mangas e focar em 2026

Porque o Brasil está crescendo; por Airton dos Santos
Airton dos Santos

Porque o Brasil está crescendo; por Airton dos Santos

A importância do Sindicato!
Paulo Eduardo Ritz

A importância do Sindicato!

A importância de homologar no sindicato; por Antonio Rogério Magri
Antonio Rogério Magri

A importância de homologar no sindicato; por Antonio Rogério Magri

Basta de assédio!
Maria Auxiliadora

Basta de assédio!

Lula 3 e os sinais da economia
Marcos Verlaine

Lula 3 e os sinais da economia

O Voto Consciente
Geraldino dos Santos Silva

O Voto Consciente

Campanha Salarial 2024 – Garantia de reajuste salarial e de nossos Direitos
Eliseu Silva Costa

Campanha Salarial 2024 – Garantia de reajuste salarial e de nossos Direitos

Nota de pesar – José Firmo
Força 23 NOV 2024

Nota de pesar – José Firmo

Químicos da Força presentes na reunião do Comitê Executivo da IndustriALL na Turquia
Força 22 NOV 2024

Químicos da Força presentes na reunião do Comitê Executivo da IndustriALL na Turquia

Desocupação cai em 7 estados no terceiro trimestre de 2024
Força 22 NOV 2024

Desocupação cai em 7 estados no terceiro trimestre de 2024

TST nega recurso de posto que descumpre convenção coletiva dos frentistas do Rio
Força 22 NOV 2024

TST nega recurso de posto que descumpre convenção coletiva dos frentistas do Rio

ATENÇÃO COMUNICADO IMPORTANTE
Força 22 NOV 2024

ATENÇÃO COMUNICADO IMPORTANTE

Servidores de Jaru elegem nova diretoria na próxima semana
Força 22 NOV 2024

Servidores de Jaru elegem nova diretoria na próxima semana

Importância dos Sindicatos
Artigos 22 NOV 2024

Importância dos Sindicatos

Ajuste fiscal não pode comprometer benefícios sociais
Força 22 NOV 2024

Ajuste fiscal não pode comprometer benefícios sociais

Nota das centrais – União contra o golpismo e pela democracia
Força 21 NOV 2024

Nota das centrais – União contra o golpismo e pela democracia

Dieese promove o “Diálogos sobre Trabalho e Clima”
Força 21 NOV 2024

Dieese promove o “Diálogos sobre Trabalho e Clima”

Cesta básica fica 1,15% mais cara em outubro na capital paulista
Força 21 NOV 2024

Cesta básica fica 1,15% mais cara em outubro na capital paulista

Central intensifica luta pela regulamentação do setor dos trabalhadores em aplicativos
Força 21 NOV 2024

Central intensifica luta pela regulamentação do setor dos trabalhadores em aplicativos

Justa homenagem
Força 21 NOV 2024

Justa homenagem

A importância do Dia da Consciência Negra
Palavra do Presidente 20 NOV 2024

A importância do Dia da Consciência Negra

ADS promove debate sobre conjuntura e propostas para 2025
Força 19 NOV 2024

ADS promove debate sobre conjuntura e propostas para 2025

SinSaúdeSP protesta contra fechamento do Hospital Bela Vista
Força 19 NOV 2024

SinSaúdeSP protesta contra fechamento do Hospital Bela Vista

Movimento sindical contribuiu para o sucesso do G20 Social
Força 19 NOV 2024

Movimento sindical contribuiu para o sucesso do G20 Social

Cortar direitos sociais é inadmissível!
Força 19 NOV 2024

Cortar direitos sociais é inadmissível!

Nosso total apoio ao STF e ao ministro Alexandre de Morais
Força 19 NOV 2024

Nosso total apoio ao STF e ao ministro Alexandre de Morais

Dieese: Apesar dos avanços, desigualdade racial de rendimentos persiste
Força 18 NOV 2024

Dieese: Apesar dos avanços, desigualdade racial de rendimentos persiste

Katia Rodrigues é eleita na 13ª Conferência Regional Interamericana
Força 18 NOV 2024

Katia Rodrigues é eleita na 13ª Conferência Regional Interamericana

Veja fotos da participação da Força Sindical no G20 Social
Força 18 NOV 2024

Veja fotos da participação da Força Sindical no G20 Social

Centrais: Crescimento econômico, justiça social e democracia; nota
Força 18 NOV 2024

Centrais: Crescimento econômico, justiça social e democracia; nota

Força Sindical presente no G20 Social
Força 14 NOV 2024

Força Sindical presente no G20 Social

Redução da jornada
Artigos 14 NOV 2024

Redução da jornada

Por uma jornada de trabalho mais justa
Artigos 14 NOV 2024

Por uma jornada de trabalho mais justa

Químicos da Força assinam Convenção Coletiva
Força 14 NOV 2024

Químicos da Força assinam Convenção Coletiva

G20 Social começa nesta quinta-feira (14)
Força 14 NOV 2024

G20 Social começa nesta quinta-feira (14)

Redução da Jornada JÁ!
Força 13 NOV 2024

Redução da Jornada JÁ!

Sindnapi é reeleito para o Conselho Nacional de Saúde
Força 13 NOV 2024

Sindnapi é reeleito para o Conselho Nacional de Saúde

Aguarde! Carregando mais artigos...