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Mais mulheres na política, já!
terça-feira, 3 de setembro de 2013
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Oito em cada dez brasileiros ouvidos pelo Ibope e pelo Instituto Patrícia Galvão (78% dos entrevistados) para uma pesquisa sobre a presença de mulheres na política, defenderam a obrigatoriedade de uma divisão com o mesmo número de homens e mulheres nas listas partidárias para eleições. Uma composição meio a meio da lista de candidatos deveria ser obrigatória nas eleições para o Legislativo municipal, estadual e federal. Os dados fazem parte do estudo Mais Mulheres na Política. (Ag Brasil)
Ora, após tantos anos de luta do movimento de mulheres para a conquista de direitos óbvios, a desigualdade observada entre os gêneros mantém longe da política a grande maioria das mulheres. As jornadas duplas e triplas são um enorme empecilho que obrigam qualquer mulher com consciência cívica, ter determinação firme e saúde muito boa para suportar a carga de trabalho tão grande que a envolve na vida pública e na vida privada sem falar no desânimo causado pela corrupção que corre solta no meio político brasileiro e a falta de incentivo dentro do lar ou do ambiente de trabalho, uma vez que a política parece ser um “jogo para meninos”.
Infelizmente, nosso país ainda não tem ações eficientes que fortaleçam a ação dos movimentos de mulheres organizadas, carecendo de organismos específicos em nível federal, estadual e municipal que possam garantir o acesso à saúde e à educação de qualidade, ao trabalho decente, segurança e meio ambiente saudável, de modo que elas encontrem um caminho menos árduo ao optar pela política.
Esta é a realidade que vivemos e, portanto, não é estranho que as mulheres estejam mal representadas nas esferas de poder, apesar de somarem 52% da população brasileira e de modo geral estarem melhor preparadas. Esta realidade as mantêm afastadas dos partidos políticos que muitas vezes não conseguem preencher a cota de 30% de mulheres que hoje determina a lei.
Por isso elas DEVEM urgentemente rever seu posicionamento e tomar em suas mãos a produção das leis e regras que possam de fato instituir um sistema social de igualdade entre homens e mulheres, que jamais nascerá espontaneamente.
Quanto aos homens, um entendimento de que esta igualdade não significa necessariamente que homens e mulheres sejam “iguais” em tudo, pelo contrário, são bem diferentes, mas as diferenças devem ser respeitadas e por conta disso elas devem ter condições adequadas e favoráveis ao seu desenvolvimento de modo que ambos possam alcançar os mesmos patamares, já seria um enorme avanço.
A verdade é que nossa democracia para se consolidar depende da presença de mais mulheres nos espaços de poder e tomada de decisões, cabendo a cada um de nós e a todos abrir e facilitar o acesso delas a estes espaços.
Jaime Porto, presidente Sinprafarmas Baixada Santista e Diretor Nacional da Força Sindical