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Manifestações
segunda-feira, 17 de junho de 2013
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Eram tempos de ditadura que se prolongariam. A vontade dos jovens estudantes de classe média, confortada pela sua situação de “excedentes”, ou seja, tinham passado no vestibular, mas não havia vaga para eles e confrontada pela brutal repressão policial que havia assassinado o jovem Édson Luiz era de se manifestar. E manifestavam quase diariamente nas grandes cidades brasileiras.
No Rio de Janeiro, naquela época ainda o grande tambor da República, realizou-se a marcha dos 100 mil que, de forma organizada e pacífica, protestou contra a violência e gritou pela liberdade.
Os jovens estudantes encarnavam as aspirações da classe média que começava a abandonar suas ilusões no governo militar. A luta pela democracia seria longa e tortuosa, mas a manifestação do dia 26 de junho de 1968 passou para a história.
Hoje tudo é diferente. Como protesto contra os aumentos de passagens estão ocorrendo manifestações de jovens de classe média em muitas grandes cidades brasileiras. Algumas, como as de São Paulo, foram reprimidas com violência e provocativamente.
Embora a massa dos trabalhadores venha assistindo a tudo sem se manifestar quero destacar as posições oficiais das centrais sindicais nacionais.
A Força Sindical e a CUT, ao apoiarem os manifestantes e criticarem a violência policial e as provocações, utilizam quase os mesmos termos: “falta de políticas públicas de mobilidade urbana é o real motivo das manifestações”, diz a CUT; “mobilidade urbana é um dos fatores que mais influencia a qualidade de vida dos trabalhadores e de suas famílias”, diz a Força Sindical. A CTB repudiou a violência da PM paulista contra manifestação popular.
As três emitiram notas oficiais.
A Nova Central e a UGT ainda não o fizeram (em seus endereços eletrônicos até a manhã de 17 de junho), embora a UGT tenha condenado as ações violentas contra a população turca.
É hora de negociar, evitando os apelos ao “quanto pior, melhor” e garantindo-se o direito à livre manifestação popular sem violência, sem provocações e sem vandalismo.
João Guilherme Vargas Neto, consultor sindical