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Movimento sindical está preparado para combater a crise
quarta-feira, 8 de abril de 2009
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Depois de um período de crescimento econômico o Brasil foi atingido pela crise provocada pelo capital especulativo americano, que gerou uma onda de demissões em vários setores.
Diante desse novo contexto, o desafio para o movimento sindical foi o de estabelecer meios legais para combater a crise e preservar os empregos.
A Federação dos Metalúrgicos, entidade que representa cerca de 800 mil trabalhadores no Estado de São Paulo, mobilizou seus 52 Sindicatos filiados com objetivo de definir as ações para negociar com as empresas.
Os dirigentes iniciaram um processo de negociação as empresas em todo Estado. Os acordos estabelecidos com as empresas foram realizados conforme a legislação trabalhista, tal como a redução da jornada de trabalho com redução salarial em até 25%.
Outra ferramenta legal utilizada pelo movimento sindical foram as bolsas de qualificação para os trabalhadores em contrapartida à suspensão temporária do contrato de trabalho. Desta forma, trabalhadores se qualificaram profissionalmente, num período de até seis meses, com a ajuda de verbas do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador.
Com uma conduta responsável e firme, o movimento sindical conseguiu assegurar milhares de empregos no Estado.
Oportunismo – É evidente que a crise existe, mas é também verdade que muitos empresários estão se aproveitando do momento para promover cortes.
Casos como o da GM são inaceitáveis, pois a empresa recebeu aporte de milhões do Governo e, mesmo assim, promoveu demissões.
Setores do empresariado foram à mídia acusar os Sindicatos de radicalização nas negociações, mas a verdade é que alguns empresários queriam retirar direitos essenciais aos trabalhadores, burlando assim, a legislação. Direitos básicos dos trabalhadores, sem dúvida, nunca podem ser negociados.
Retomada – O mercado formal de trabalho, em fevereiro, apresentou resultado positivo na geração de vagas após três meses seguidos de retração. Segundo dados do Ministério do Trabalho, foram gerados cerca de 20 mil empregos com Carteira assinada.
Esses dados representam um sinal palpável de que o Brasil está absorvendo os impactos da crise e tem todas as condições para retomar o crescimento.
O movimento sindical segue mobilizado e preparado para ampliar suas ações para preservar os empregos dos trabalhadores.
Cláudio Magrão é presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Estado de São Paulo