Imagem do dia
Enviar link da notícia por e-mail
Artigos
Não é assim que deve ser feito
sexta-feira, 23 de maio de 2014
Artigos
O que vou escrever me causa desconforto e apenas o faço para alertar os dirigentes sindicais e convocá-los em defesa da instituição sindical.
O que assistimos e vivemos em São Paulo nos últimos dias é um exemplo acachapante de quartelada sindical que prejudica a sociedade porque a faz refém do desatino e impõe uma provação ao movimento sindical.
A quartelada serve a outros setores que não os dirigentes sindicais e muito menos aos trabalhadores.
A greve selvagem dos rodoviários paulistanos- qualquer que seja o resultado dela- é condenável e merece o repúdio formal de todos aqueles que militam no movimento sindical com práticas corretas, empenho de lutas, convicções democráticas e espírito unitário.
O sindicato dos condutores tem uma diretoria legítima eleita pela categoria em pleito disputado e cujos resultados, incontestáveis, foram aceitos pelo próprio movimento. Esta diretoria conduziu as negociações com o patronato e obteve os melhores resultados com ganhos reais de salários e outras vantagens. O acordo foi aprovado em assembleia maciça dos motoristas e cobradores com comparecimento de mais de quatro mil companheiros.
Um grupo divisionista, aproveitando-se do mal-estar existente em algumas garagens e do atraso da diretoria em fazer chegar nelas os resultados obtidos, violou o acordo, insurgiu-se contra a vontade da maioria e utilizando-se de táticas terroristas impôs à sociedade um desconforto que deve sofrer qualquer pessoa sequestrada por bandidos. Tornaram-se muito suspeitas, também, certas pressões patronais, a passividade da força pública e as intromissões pontuais da bandidagem.
A Superintendência do Trabalho procurou ajudar na solução da crise, mas condescendeu com a bagunça ao tentar contê-la.
Sugiro, com urgência, que as centrais sindicais reúnam-se para avaliar a situação e produzam uma nota unitária com uma posição comum de repúdio a tais práticas e de defesa da instituição sindical.
João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical