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O Enem tocou na ferida
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
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Porque não falar sobre violência contra a mulher?
Pois o Exame Nacional do Ensino Médio desafiou o silêncio e gritou aos estudantes que fizeram a prova nesse último fim de semana.
Talvez para você passe despercebido, mas a violência a contra da mulher está entranhada na sociedade no dia a dia.
O tema da redação do Enem 2015 foi "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira", uma realidade obscura e que ao ser instigada pelo exame causou furor nos conservadores machistas.
Apesar de não usarem calcas e de terem queimado os sutiãs, as mulheres continuam marginalizadas, oprimidas e sofrem o abuso diário de “ofensas” mascaradas por elogios ou brincadeiras.
Elas não são admiradas, elas são humilhadas ao serem chamadas de gostosas. Não importa a roupa que vestem, as mulheres tem o direito de serem respeitadas.
O Enem tocou na ferida e talvez seja por isso que muitos machistas se sentiram tão ofendidos. Por que enquanto a violência é abafada acaba se normalizando e passando despercebida de pai para filho, que a mulher é objeto, seja sexual ou de trabalho.
Ouvimos e fazemos julgamentos muitas vezes involuntários, confirmando a nossa educação reacionária de que a mulher deve ser dona de casa, mãe e esquecer que é mulher. Não pode expor nem o corpo, nem a opinião, pois são fortes demais e caso façam isso, correm o risco de corromper as amarras que a sociedade as impõe.
O Enem tirou a casquinha da ferida e essa discussão não deve parar aqui, temos o dever de propagar o direito, o respeito e acima de tudo o direito de ser mulher, humana, mãe e profissional em qualquer lugar.
Tânia Pomermayer, secretaria da Mulher da Força Sindical SC e vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Brusque e Região