(Perdemos uma oportunidade em 2010, quando Michel Temer era presidente da Câmara, de obter uma redução constitucional gradual até 42 horas.)
Quando se interrompe o processo sem a conquista geral o resultado pode ser contraproducente como aconteceu na Alemanha, nos finais do século passado. O patronato quebrou as negociações nacionais e o movimento sindical avançou a redução em inúmeras negociações setoriais e regionais; mas, no fim das contas, contabilizado o saldo de uma década a jornada média trabalhada tinha aumentado. As empresas se reposicionaram mais rápido que os trabalhadores, garantindo a exploração e o lucro.
Aproveitando-se, com a inteligência, da agitação criada agora pelo debate 6 X 1, o movimento sindical deve manter alta a sua bandeira pela redução constitucional da jornada, sem redução dos salários e obtendo reduções parciais em muitos acordos e convenções.
Quanto à resposta, à pergunta retórica podemos citar o caso dos vigilantes, de vinte anos atrás, em que a jornada 12 X 36 fez com que setores do patronato criassem novas empresas para continuar explorando os mesmos trabalhadores que tiveram folgas no tempo de trabalho e ficaram com jornadas aumentadas.
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical