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Reduzir a desigualdade
quarta-feira, 31 de março de 2010
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O Brasil é um dos países com as maiores desigualdades sociais do planeta. Apesar das políticas compensatórias, como a bolsa família, que tirou milhões de pessoas da linha da miséria, ainda sobrevivem grandes diferenças entre as camadas mais ricas e mais pobres da população.
Existem vários motivos para que isso aconteça. O primeiro deles é o descaso com que a educação pública vem sendo tratada ao longo de toda a história do Brasil. Durante centenas de anos as camadas mais pobres simplesmente não tiveram acesso a educação, enquanto os mais abastados frequentavam as melhores escolas.
Mesmo os investimentos aplicados nas escolas públicas nos últimos anos não têm sido suficientes para tornar atrativa a profissão de professor e pouco tem aprimorado a educação formal de muitos brasileiros.
E essa falta de maiores investimentos nos setores sociais pode ser explicada, em parte, pela corrupção entranhada na máquina pública. Ao invés de privilegiar os investimentos em escolas, hospitais, habitação, saneamento básico, segurança e os respectivos profissionais dessas áreas, o dinheiro dos impostos recolhido da população é desviado para pagar comissões e propinas.
Não podemos esquecer também a injustiça tributária praticada no Brasil. Os mesmos impostos incidem sobre produtos consumidos por pobres e ricos, enquanto o imposto de renda não cumpre o papel de promover justiça social. Sem falar nas obscenas taxas de juros que enriquecem ainda mais aqueles que já são ricos.
Outro grande fator que alimenta a desigualdade é a diferença salarial entre quem ocupa cargos de comando e os que trabalham na produção ou no balcão da loja. Mesmo com os significativos reajustes dados ao salário mínimo, que impulsionou enormemente a economia brasileira, os salários pagos para a maioria dos trabalhadores brasileiros ainda são muito baixos.
Por isso, os sindicatos precisam ter claro que uma de suas principais missões é promover campanhas para elevar significativamente os pisos salariais de suas categorias. E essa tem sido e será uma das principais bandeiras do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de São Paulo e Região.
Carlos Vicente de Oliveira, o Carlão, é presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de São Paulo e Região.