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Resposta a uma pergunta
quinta-feira, 9 de maio de 2013
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Perguntaram-me se o movimento sindical sairá de mãos abanando da reunião com Dilma. A pergunta se referia, é óbvio, à reunião das centrais sindicais com a presidente da República no dia 14, em Brasília.
Minha resposta foi, como teria falado Brizola, um “rotundo” não.
Não, porque as centrais unidas, representantes sindicais máximos dos trabalhadores, não entrarão na reunião de mãos vazias; há emprego, ganhos reais de salários e a própria unidade de ação das centrais, o que é muita coisa.
Além disso, ao recapitular a evolução dos acontecimentos observamos que desde a Conclat do Pacaembu (que estabeleceu a pauta unitária), passando pela 7ª Marcha do dia 6 de março que entregou nosso elenco de reivindicações aos poderes da República e com o êxito das comemorações do 1º de Maio e a preparação das centrais para o encontro, garantiu-se já o cumprimento da primeira grande exigência do movimento sindical: o diálogo permanente, institucional, respeitoso e produtivo entre as centrais e a presidente da República para fazer avançar o projeto produtivista (que é nosso) e derrotar o bloco dos rentistas.
Como não se trata, todo mundo sabe, de uma mera negociação salarial entre patrão e empregado mas de uma reunião entre supremos poderes – o da República e o do movimento sindical – os objetivos e resultados da reunião do dia 14 não poderão ser medidos por indicadores momentâneos e circunstanciais, mas por suas orientações estratégicas e avanços, mesmo que simbólicos. Em cada um dos temas em discussão o movimento apresentará suas razões à presidente e procurará sensibilizá-la para as possibilidades e para a necessidade de seu atendimento.
Algumas questões, por exemplo, podem ter um encaminhamento que simbolize a adesão ao pedido formulado (penso nas Convenções 151 e 158) ou se desenhe um padrão gradual de sua realização que envolva outros poderes e os partidos políticos (a negociação sobre o fator previdenciário e a redução paulatina da jornada).
O movimento apresentará também à presidente suas preocupações com a desindustrialização, a alta dos juros, a pressão inflacionária e com as terceirizações; nisto cumprirá o seu papel estratégico ao defender o fim de qualquer das indexações existentes exceto à da política de valorização do salário mínimo.
João Guilherme Vargas Neto, consultor sindical