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Saudade
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
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Um grupo de amigos organiza o Tributo a David Capistrano Filho, na terça-feira, dia 10, em São Paulo, na Faculdade de Saúde Pública da USP, às 19h30, no auditório João Yunes.
David, que havia nascido em 1948, morreu há 15 anos, sem ver o novo século, tendo vivido intensamente como militante estudantil, médico sanitarista, dirigente do PCB clandestino, militante do PMDB, secretário municipal de saúde em Bauru e em Santos, prefeito de Santos (já como membro do PT) e uma das mais importantes personalidades da saúde pública no Brasil.
Filho de pai e mãe comunistas, David encarna para a geração que enfrentou politicamente e derrotou a ditadura militar, um exemplo de persistência e combatividade, aliadas à curiosidade intelectual e à arte de fazer política.
Eu, que fui seu companheiro nas lutas pela reorganização do PCB após a anistia e minha volta do exílio, testemunho que essas três características (combatividade, curiosidade e politização) foram as marcas de sua personalidade.
Era uma pessoa alegre, de bem com a vida, com amigos e amigas, guloso, irônico e informado. Também escrevia muito bem, com clareza e, às vezes, torneios quase barrocos de estilo.
O estudo que publicou com Roque Citadini sobre a grande vitória do PMDB nas eleições de 1982 em São Paulo, quando foi eleito governador Franco Montoro, é um clássico no gênero pela descrição da campanha e escolha criteriosa de textos marcantes, reproduzidos em anexo.
Enfrentou longa e dolorosa enfermidade, recuperou-se provisoriamente, mas foi enfim derrotado pelo anjo negro da morte prematura.
David poderia ter sido, se tivéssemos compreendido corretamente a singularidade brasileira nos fins da década de 70 e começos da de 80 do século passado, além do que foi, um dos maiores protagonistas na história politica e social contemporânea do Brasil.
João Guilherme, consultor sindical