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Segurança do trabalhador é também um problema de saúde pública
quarta-feira, 23 de julho de 2014
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No domingo, 27 de julho, será celebrado mais um Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho. A data, além de relembrar a importância da segurança para com o trabalhador durante sua jornada diária, marca a implementação do Serviço Obrigatório de Segurança e Medicina do Trabalho em empresas com mais de 100 funcionários. O Serviço foi instituído no Brasil pelo então ministro do Trabalho, Júlio Barata, em 1972.
Segundo o Ministério da Previdência, cerca de 700 mil casos de acidentes de trabalho são registrados no Brasil em todos os anos. Devido ao número elevado, o país gasta R$ 70 bilhões com os acidentes, já que geram tanto pagamento de benefícios previdenciários quanto pedidos de indenizações por dano material, moral e estético, pois podem causar desde mutilações irreparáveis até danos psicológicos no trabalhador.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), no mundo inteiro, a estimativa é que dois milhões de pessoas morram por ano devido aos acidentes de trabalho. O Brasil está em quarto lugar no ranking mundial de países com índice de acidentes de trabalho, perdendo para China, Estados Unidos e Rússia. A razão desse índice é a falta de investimento na prevenção de acidentes e falta de conscientização em relação à utilização correta dos equipamentos do trabalhador.
As principais causas dos acidentes são maquinário velho e desprotegido, assédio moral, mobiliário e tecnologia inadequada e desrespeito a diversos direitos do trabalhador. Fraturas, luxações e amputações são as consequências mais frequentes dos acidentes de trabalho. Em seguida, os casos de lesões por esforço repetitivo e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/Dort) aparecem. Por fim, transtornos mentais e comportamentais são apresentados por trabalhadores, como estresse e ansiedade.
O Sindicato dos Trabalhadores em Serviços Públicos do Município de Osasco e Região (Sintrasp) sempre esteve atento a segurança da categoria. Em 2009, o Sintrasp realizou movimentos, protestos e enviou inúmeros ofícios a Prefeitura de Osasco contra a prática de trabalhadores serem carregados em carrocerias de caminhões. Nosso sindicato continuou denunciando o transporte irregular, já que coloca em risco a vida do trabalhador e fere a legislação de trânsito. Em maio de 2013, o prefeito Jorge Lapas entregou nove caminhões caçambas com cabines exclusivas para o transporte de servidores da Administração Municipal.
Esse foi o atendimento de uma reivindicação antiga, uma grande conquista para os trabalhadores que eram transportados em carrocerias, além de serem expostos ao sol e a chuva. Esse foi um caso resolvido de inúmeras situações de risco para o trabalhador. Tanto o empregado quanto o sindicato devem denunciar a empresa que falta com o compromisso de assegurar a integridade física e psicológica de seu trabalhador.
Os acidentes causam sofrimento não apenas para a vítima, mas também para toda família. A segurança do trabalhador não deve ser vista como custo para o empregador, mas investimento na saúde e na vida.
Antonio Rodrigues (Toninho), vice-presidente do Sintrasp e Coordenador de Saúde e Segurança do Trabalhador da FESSPMESP