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Segurança do Trabalho: Compreensão e Auto-análise
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
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Ao tempo em que observamos resquícios de uma cultura disforme na grande maioria das organizações brasileiras em relação à segurança e a saúde no trabalho, que hora age na promoção, ora inibe ou mesmo impede a efetivação de ações voltadas à melhoria dos ambientes ocupacionais e das condições de trabalho, nos achamos inseridos dentro de uma trajetória plasmada em conceitos técnicos, programas de segurança do Trabalho, concebidos e implementados historicamente pelo estado brasileiro. Acompanhando a crescente trajetória desses programas, notamos uma significativa falta de consistência e desenvoltura nos demais seguimentos de gestão empresarial, sobretudo, no que diz respeito à organização dos setores de produção.
Esta preocupação tem merecido uma atenção especial de muitos profissionais de renome em nosso país, como foi o caso do Sr. João Cândido de Oliveira, Tecnologista da Fundacentro – MG, e Professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, que assertivamente declarou e defendeu: “Segurança e Saúde no Trabalho: Uma questão mal compreendida”.
Para estabelecermos parâmetros consistentes na elucidação dos fatores que interfiram direta ou indiretamente no sucesso dessas iniciativas, permitindo assim, que barreiras sejam suplantadas para a efetivação definitiva destes programas em primeiro plano nas organizações, à princípio, precisamos definir alguns elementos compositores destes programas de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho – SST, nas empresas do país, que deverão constituir o objeto principal desta nossa observação. São eles:
– Aspectos culturais, ou a forma como as partes interessadas (trabalhadores, empregadores, profissionais do ramo e governo), captam e abordam a questão. Em outras palavras, a valorização desses aspectos como estratégia para otimizar a adesão da sociedade às ações de promoção de saúde, e redução dos índices de acidentes nas empresas;
– Bagagem Técnica, ou os instrumentos utilizados na identificação e no controle dos riscos no ambiente de trabalho. Realização e padronização de análises, avaliações e testes de medidas, e métodos que promovam a eliminação ou redução de riscos no trabalho, incluindo equipamentos de proteção coletiva e individual;
– Aspectos ligados aos resultados. Esses resultados evidenciam complexos processos prevencionistas nas organizações, que através de um eficiente modelo de gestão autônoma se torna uma ferramenta de complemento importantíssimo para os sistemas de segurança do trabalho existentes. Além do mais, não podemos desconsiderar que o potencial humano é um forte diferencial na redução de acidentes e melhoria dos ambientes de trabalho, através do desenvolvimento da sua capacidade de análise, julgamento e tomada de decisão;
As experiências adquiridas demonstram que a participação dos trabalhadores nos programas de Segurança do Trabalho, vincula-se intimamente à cultura do meio organizacional relacionado com esta temática, e sobretudo, ao conjunto de ações que ele desenvolve, em especial na área de educação, para incorporá-los definitivamente aos seus programas. Portanto concluímos que, para delinearmos um projeto de ação mais eficaz nas empresas, precisamos antes de mais nada, adotarmos programas dessa natureza, que dentre outras vantagens, permite o ganho de não ser preciso desenvolver ações em duplicidade para abordar o mesmo assunto, que são os aspectos produtivos. Além disso, contamos com uma vantagem ainda maior: a possibilidade de convencer os trabalhadores de que para se fazer segurança não é necessário desenvolver ações específicas para tal, basta incluirmos essa preocupação nos procedimentos de ordem ocupacional e transformá-la em ações concretas que possam ser avaliadas e devidamente medidas.
O SINTEST/SE, no uso de suas competências, buscando reestruturar os seus pilares, valorizando, sensibilizando e mobilizando, fortalecendo e apoiando os Técnicos de Segurança do Trabalho a desenvolverem suas atividades de forma social e eticamente responsável, pretende neste novo curso de ação, colaborar efetivamente para a sua solidificação, desde a formação de uma categoria forte e digna, soberana e justa, à completa integralidade profissional deste trabalhador em nosso estado, com base nos conceitos de emancipação desta mesma classe, ante o desenvolvimento dos Programas de Implementação Sistemática de Segurança do Trabalho em nossas organizações. Para isso, esperamos contar com esses profissionais, guerreiros como nós, pois sem sombra de dúvidas, um sindicato forte reflete numa classe sólida e vencedora. O SINTEST/SE, saúda à todos os seus companheiros prevencionistas.
Sandro de Menezes Azevedo, presidente do SINTEST/SE