Tráfico de pessoas e trabalho escravo não estão estampadas nas capas dos jornais, mas são a realidade de muitas pessoas que se submetem ou são submetidas a situações degradantes da condição humana. É preciso trazer luz a esse problema com o objetivo de combatê-los de forma mais incisiva e punitiva.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) alertou que a pandemia pode causar aumento do tráfico de pessoas e do trabalho escravo devido ao desemprego e a ameaça de recessão global que leva as pessoas a ficarem mais suscetíveis ao aliciamento. A advertência do MPT foi dada devido ao Dia Mundial e Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, lembrado em última quinta-feira (30).
O combate a esse crime começa na prevenção e nesse contexto a ação da estrutura sindical dos trabalhadores é fundamental. Os sindicatos são a resistência frente às arbitrariedades e injustiças que ameaçam os trabalhadores a todo tempo, principalmente durante as turbulências econômicas. Outros órgãos como o MPT também têm papel importante para coibir esses abusos.
A nossa luta para preservação de emprego, renda e cidadania se reflete em segurança ao trabalhador que não fica exposto aos aliciamentos de aproveitadores.
Um grupo de 13 trabalhadores, na cidade de Machado (sul de Minas), viveu esse drama na pele em uma fazenda de café. Todos eram da cidade do norte mineiro de José Gonçalves Mendes e foram resgatados por uma força-tarefa do MPT em julho.
Os trabalhadores estavam com o salário retido pelo proprietário da fazenda, que deixou de fornecer equipamentos de proteção individual (EPIs) ao grupo. O Patrão também não os orientou quanto aos procedimentos de proteção e prevenção do novo coronavírus, como distanciamento e disponibilização de álcool em gel e máscara.
O que esses trabalhadores viveram é a realidades de tantos outros pelo Brasil e por isso o trabalho de prevenção, denúncia, fiscalização e punição se faz necessário urgentemente.
Rosangela Lopes
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Vale do Sapucaí/MG