A classe trabalhadora passou anos muito difíceis, sofrendo desemprego, corte em direitos e arrocho salarial. Essa onda de ataques começou em 2016 com a derrubada de Dilma.
A situação se agravou no governo Temer, principalmente com a reforma trabalhista, em 2017. A reforma ampliou o poder dos patrões e restringiu o raio de ação sindical, deixando mais frágil a proteção às categorias profissionais.
O que já era ruim ficou ainda pior com a eleição de Bolsonaro e a chegada da extrema direita ao poder. Basta dar um só exemplo do que foi aquele governo: já no dia 1º de janeiro de 2019, ele extinguiu o Ministério do Trabalho.
Mas não há mal que sempre dure. E a onda de malfeitos começou a refluir com a eleição de Lula. Ele recriou o Ministério do Trabalho e abriu diálogo com o sindicalismo. Essa mudança de postura produziu vários frutos. E segunda, dia 28, testemunhamos o efeito prático disso. Vejamos:
1) Lula assinou a Lei que restabelece a política de valorização continuada para o salário mínimo. Este, por sua vez, remunera perto de 50 milhões de brasileiros, entre ativos, aposentados, pensionistas, informais e outros.
2) O Presidente assinou a Lei que atualiza as faixas do imposto de renda sobre os salários, fato que não ocorria há sete anos. Com isso, os salários até R$ 2.640,00 ficarão totalmente isentos desse desconto.
3) Lula criou o Grupo de Trabalho que vai encaminhar demandas do funcionalismo público. Os Servidores sequer têm data-base pra negociar reajuste salarial.
Mas Lula não faz isso sozinho. Todas essas conquistas tiveram participação sindical. Basta lembrar que a “política continuada de aumento para o salário mínimo” é o Item Número 1 da Pauta Unitária da Classe Trabalhadora, aprovada na Conclat de 2022. E quanto mais aumenta o salário mínimo mais sobem os Pisos salariais.
A bem da verdade, a eleição de Lula começou a revigorar nossa democracia. E no regime democrático as conquistas são cumulativas. Ou seja, uma conquista trabalhista eleva o patamar da classe trabalhadora. E desse patamar a gente parte em busca de novos avanços.
Campanha – Os 600 mil metalúrgicos da Força Sindical no Estado de SP começam a campanha salarial. Dia 15 de setembro faremos assembleia no Sindicato pra que a categoria escolha os itens da pauta de reivindicações. Nossas propostas integrarão a pauta geral da Federação.
O panorama econômico nacional está hoje bem melhor do que em agosto passado. O governo Lula, com Fernando Haddad e outros ministros, trouxe estabilidade ao País e para os investimentos. Quando a Selic baixar mais esse panorama ficará ainda melhor.
Esperamos diálogo por parte dos patrões e senso de justiça na hora de propor reajuste, direitos e itens para as futuras Convenções Coletivas. A construção de um Brasil mais justo não pode depender só do governo.
Josinaldo José de Barros (Cabeça),
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e região