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Visita da delegação da Força Sindical à Zona do Euro
segunda-feira, 7 de junho de 2010
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A visita internacional da Força Sindical à Espanha, Itália e França, entre 1o e 10 de maio de 2010, ocorreu num contexto de crise financeira que ainda afeta países europeus, devido principalmente à crítica situação econômica e social da Grécia.
As impressões que tive foram de uma Europa abalada. Pelo menos naqueles países da Zona do Euro. Um crescente trabalho informal é exposto nas ruas. Sobretudo, nas ruas madrilenas de uma Espanha que não esconde sua grande e justa preocupação em relação a sua vizinha Grécia. A entrada maciça de produtos fabricados em países em desenvolvimento e de imigrantes executando a mão-de-obra também chamou à atenção.
Em Madri, na Espanha, nos reunimos e nos confraternizamos com dirigentes das Centrais Sindicais UGT e CC.OO, além de participarmos da Cúpula Sindical Europa–América Latina e Caribe. Em Rimini, na Itália, participamos, pela primeira vez, do Congresso Nacional da CGIL, retribuindo a participação de seus dirigentes em nosso 6º Congresso, em julho de 2009. E em Paris, França, nos reunimos, também pela primeira vez, com a CGT, e visitamos a CGT-FO, Central com a qual temos parceria de longa data.
A pauta de nossas conversas girou em torno das conjunturas dos países de cada Central, inclusive o Brasil, representado pela nossa delegação. Também falamos sobre a experiência da redução da jornada de trabalho, o aprofundamento das relações, os desafios e o papel do sindicalismo internacional. Tudo isto tendo como pano de fundo o enfrentamento da crise, a manutenção e ampliação dos direitos dos trabalhadores no Mundo.
Constatamos uma grande preocupação por parte dos sindicatos europeus acerca das propostas de flexibilização de direitos. Tanto os governos quanto os empresários têm insistido neste item. A gravidade da crise desencadeou situações como a necessidade de congelamento das aposentadorias e redução da jornada de trabalho com redução de salários, entre outras medidas que põem à prova o pacto do estado de bem-estar Social Europeu.
O discurso denso dos sindicalistas europeus surge, nesta situação, como uma faca de dois gumes. Sua secular tradição de lutas, ao mesmo tempo em que lhes garante um norte e uma sólida estrutura e inserção social, dificulta encontrar saídas alternativas.
Da nossa parte, deixamos claro que no Brasil, embora a crise tenha afetado alguns setores, as medidas para seu enfrentamento tomadas pelo governo Lula foram fundamentais para que fôssemos o primeiro país a sair dela. Enfatizamos que estas medidas basearam-se no investimento na aérea social, no incentivo ao consumo interno, com redução do IPI para automóveis e eletrodomésticos da linha branca, e no diálogo com as Centrais Sindicais e os movimentos sociais.
Desses encontros bilaterais na Europa podemos apontar como aprendizado mais importante o fortalecimento do intercâmbio internacional e a ação unitária das Centrais Sindicais nos diversos países.
A delegação de sindicalistas foi composta por João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical; Nilton Souza da Silva, Neco, secretário de Relações Internacionais; Luiz Carlos Motta, tesoureiro da Central; Mônica Veloso, secretária internacional-adjunta para Assuntos da Europa e Ortélio Palacio, assessor internacional.
João Carlos Gonçalves, Juruna, Secretário-geral da Força Sindical