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Imprensa
Brasília (DF): Ascensão de brasileiros eleva a procura por previdência complementar
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Imprensa
Vera Batista
Jorge Freitas
Desanimada com os baixos valores das aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a nova classe média está se dando conta de que é melhor garantir o futuro por meio dos planos de previdência complementar. Com o aumento do emprego e da renda, a demanda cresceu tanto que o valor médio das prestações caiu a menos da metade. O pagamento mensal despencou de R$ 120 para R$ 50, em média. Além da prosperidade, a consciência da necessidade de um pé-de-meia para o futuro estimulou a redução da idade dos segurados. Agora, boa parte dos que ingressam no sistema estão na faixa dos 30 anos. Antes, a média era de 37 anos.
Para Lúcio Flávio Conduru de Oliveira, diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência, vários fatores contribuíram na decisão do brasileiro, como a moeda estável, o aumento da expectativa de vida e a consciência das vantagens de um investimento a longo prazo. Foi nesse cenário que as vendas de planos de previdência privada tiveram, neste ano, o melhor maio desde 2004 e bateram a marca de R$ 4,7 bilhões arrecadados — uma alta de 47,34% ante os R$ 3,1 bilhões faturados pelas seguradoras no mesmo mês de 2010. Planos para menores de idade, que ajudam a reduzir o valor médio das contribuições, tiveram incremento de 18,99%, com aportes de R$ 665 milhões.
Nessa onda, a Bradesco Previdência bateu recordes de captação. Na comparação de maio contra maio, a receita total da seguradora cresceu 74,2% em 2010 e atingiu R$ 1,78 bilhão. Dados de junho indicam que o incremento no mês foi acima de 70%. “A tendência é de resultados positivos nos próximos cinco anos, não apenas pelo aumento da renda e do emprego, mas por influência de eventos como Copa do Mundo, Olimpíadas e pré-sal”, diz Oliveira.
Preferidos
A preferência do público de classe C foi responsável pela expansão de 56,1% do plano Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), modalidade que permite ao contribuinte declarar o valor no Imposto de Renda anual pelo formulário simplificado. De janeiro a maio, a carteira do VGBL teve alta de 30,59%, passando de R$ 104,8 bilhões para R$ 136,8 bilhões. Os planos de previdência complementar tornaram-se os preferidos das classes menos abastadas, porque têm IR regressivo (podem ter redução de alíquota com o tempo) e não descontam Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que, em alguns casos, pode chegar a 6,38% sobre o lucro das seguradoras.
“Por isso, o número de contratos ampliou para 10,7 milhões, com alta de 4,93%, em maio. Um total de 100,9 mil pessoas usufruem de benefícios. A carteira de investimentos totaliza R$ 241,3 bilhões, com aumento de 23,20% em relação a maio de 2010”, informa Marco Antonio Rossi, presidente da Fenaprevi.
Criado há cerca de 10 anos, “o VGBL tem atraído os brasileiros de renda mais baixa, com perspectiva de longo prazo e que precisam de tempo e disciplina”, assinala Osvaldo do Nascimento, responsável pela área de Operações de Produtos de Investimento Pessoa Física e Previdência do Itaú Unibanco.