Embora tenham conquistado maior espaço no meio empreendedor, as mulheres ganham menos do que os homens, especialmente no caso das negras, assim como em outras frentes do mercado de trabalho.
Entre os anos de 2019 e 2023, o número de brasileiras à frente de uma empresa aumentou 5,7%, contra 4,5% dos homens.
Embora essa elevação tenha contribuído para reduzir em dois pontos percentuais a desigualdade de rendimento entre os gêneros, a disparidade ainda é alta, tendo saído de 32% para 30%.
Dessa forma, no quarto trimestre de 2023, os homens ganhavam, em média, R$ 3,4 mil, e as mulheres, R$ 2,6 mil.
Os dados foram obtidos pelo Sebrae, em levantamento que usou como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE.
Mas, “se para as empreendedoras a situação já é difícil, para as mulheres negras os obstáculos são ainda mais complexos”, conforme explica a diretora de Administração e Finanças do Sebrae, Margarete Coelho.
Isso porque, embora o levantamento indique um aumento ainda maior de empreendedoras negras — de 13,9% ante 10,3% entre os negros —, a diferença da renda entre um empreendedor branco do sexo masculino e uma empreendedora negra é, em média, superior a 60%.
Ainda de acordo com o Sebrae, os rendimentos de empreendedores sem instrução subiram 29,1% e entre aqueles que têm ensino fundamental e médio cresceram 6% e 6,4%, respectivamente.
Já entre os que tinham ensino superior, o rendimento médio real caiu 8%. Ainda assim, nesse público, os ganhos são mais de seis vezes maior do que entre os que não tem instrução.
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