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O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, reuniu-se com o Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Marcio Macêdo, nesta terça-feira (4), debater propostas para o Brasil.
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Imprensa
Paris (FRA): França tem o pior nível de desemprego em 15 anos
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
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Gestão de Hollande ainda não conseguiu estancar degringolada do nível do emprego iniciada na administração de Sarkozy
ANDREI NETTO, CORRESPONDENTE / PARIS
A estatística foi revelada no fim da tarde, depois do fechamento das bolsas de valores. Segundo o Insee, os escritórios de recolocação de trabalhadores no mercado registraram um total de 3,17 milhões de franceses em idade ativa, mas improdutivos, ou 10,7%. O recorde absoluto, de 1997, foi de 3,20 milhões, ou 10,8%. Nos últimos 12 meses, são 283,8 mil novos desempregados, número em ascensão vertiginosa desde maio de 2012. Excluído o ano de 2009, trata-se do pior ano da história das estatísticas oficiais da França.
Feitas as ponderações, a situação se agrava mês a mês. Os mais visados pelo aumento do desemprego são, sem surpresa, os trabalhadores com mais de 50 anos, e os desempregados há mais de 12 meses, categoria que não para de aumentar. Do total, 509 mil estão fora do mercado de trabalho há mais de três anos – um aumento de 18,5% em relação ao último ano. A dificuldade de retornar à vida ativa cresce na mesma medida em que cai o número de ofertas de vagas no Polo Emprego, a agência nacional, que registrou baixa de 19,7% no mesmo período.
Novo cálculo. A favor do presidente socialista François Hollande pesam apenas duas considerações: a primeira, a crise do emprego começou na administração anterior, de Nicolas Sarkozy, e se estende pelos últimos 20 meses; a segunda, a ligeira mudança de cálculo feita pelo Insee, à qual o governo se apegou ontem. ‘Corrigido o efeito da reforma, o avanço foi inferior à evolução média constatada no segundo semestre de 2012, era esperado e se explica antes de mais nada pelo recuo da atividade no fim de 2012’, afirmou em nota o ministro do Trabalho Michel Sapin.
Os números negativos são em geral atribuídos por especialistas europeus aos planos simultâneos de austeridade fiscal nos países da zona do euro, que reduzem a atividade econômica interna e o comércio externo, em especial entre as maiores potências da União Europeia – Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Espanha. Mas, para o economista Philippe Askenazy, pesquisador da Escola de Economia de Paris, a situação poderia ser muito pior. ‘Globalmente, nós verificamos uma boa resistência do emprego, apesar da crise profunda’, disse Askenazy ao jornal parisiense 20 Minutos. Pelos modelos e séries estatísticas desde 1945 de que dispõe, diz o analista, a França deveria ter mais 500 mil desempregados, e a Europa entre 4 e 5 milhões.
Apesar da alta, a França continua abaixo da média do continente. De acordo com o Escritório Estatístico das Comunidades Europeias (Eurostat), a média do desemprego na zona do euro foi de 11,6% em 2012, e de 10,7% na União Europeia.