Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
25 ABR 2024

Imagem do dia

8⁰ Congresso Internacional de Direito Sindical 8⁰ Congresso Internacional de Direito Sindical

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Imprensa

Trabalhar em excesso é como dirigir bêbado, indica estudo

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Imprensa

Trabalhar em excesso é como dirigir bêbado, indica estudo

Longas jornadas de trabalho aumentam os riscos de acidentes, os níveis de estresse e provocam até dor física. Mas o grande problema é que muitas pessoas simplesmente não podem evitá-las.
Trabalhar em excesso é como dirigir bêbado, indica estudoCrédito: Divulgação

De acordo com as últimas estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), mais de 400 milhões de pessoas trabalham 49 ou mais horas por semana, uma proporção considerável do quase 1,8 bilhão de trabalhadores em todo o mundo.

Em entrevista ao New York Times, até mesmo o empresário Elon Musk, criador da Tesla, se comoveu ao contar ter passado a noite de seu aniversário de 47 anos dentro de uma fábrica. "Sem amigos, nada", disse. E provavelmente foi só mais um dia em em semana de 120 horas de trabalho. "Isso realmente tem ocorrido às custas de ver meus filhos. E de ver amigos", acrescentou.

Mas esgotar-se como se isso valesse uma medalha de honra abre precedentes perigosos. Trabalhar por muitas horas e finais de semanas se tornou uma marca da cultura de startups do Vale do Silício – e tem se espalhado por várias partes do mundo.

Enquanto escrevia este artigo, um post surgiu no meu Facebook de um grupo colombiano para startups: "Levante a mão se você está trabalhando agora para sua companhia, ideia, ou negócio!", ao lado de um emoji de braço forte. A publicação recebeu 160 curtidas e até alguns corações, além de 38 comentários de empreendedores orgulhosos, cada um postando o link para seus projetos. Era um sábado. Eram 21h56.

O problema é que a cultura de longas jornadas não significa, necessariamente, ser mais produtivo, ou no mínimo estabelece um preço alto para se atingir esse objetivo. Há muitas evidências de que trabalhar demais reduz a produtividade, além de fazer com que a pessoa se sinta – e às vezes de fato esteja – menos saudável. Esse estilo de vida aumenta as chances de desenvolver várias doenças.
Ainda assim, milhões de trabalhadores parecem incapazes de se voltar contra isso, desde médicos a trabalhadores temporários e freelancers. E o que acontece, então? O que nós – que não podemos evitar trabalhar aos sábados à noite – podemos fazer a respeito?

Isto vai doer

Pode parecer óbvio: uma pessoa que trabalha em excesso fica cansada e, portanto, mais propensa a sofrer um acidente no trabalho. Mas provar essa relação é impressionantemente difícil.

Um estudo que analisou 13 anos de registros de trabalho nos Estados Unidos descobriu que "trabalhar em empregos com horas extras estava associado a uma taxa de risco de lesões 61% maior em comparação com trabalhos sem hora extra".

Esse estudo não chega a dizer que o cansaço é a principal causa do aumento de risco, mas há amplas evidências disso. Por exemplo, se você acordou às 8h e ficou de pé até 1h do dia seguinte (ou seja, ficou acordado por 17 horas seguidas), seu desempenho físico provavelmente será pior do que se você tivesse uma concentração de 0,05% de álcool no organismo. Essa é a média que um homem de 73 kg teria se tivesse bebido duas latas de 355ml de cerveja. É isso: você está "bêbado" de cansaço.

Direito de imagem Lucas Schifres Image caption Mais de 400 milhões de empregados no mundo do trabalham 49 horas ou mais por semana de acordo com a OIT

Se você permaneceu acordado até 5h, a disfunção seria parecida a ter 0,1% de álcool no sangue – 0,08% é considerado o limite legal para dirigir na maioria dos países do mundo (Lembrando que, no Brasil, a tolerância ao álcool é zero).

Portanto, um indivíduo que fica acordado a noite inteira terá seu desempenho físico (como o tempo de reação ou coordenação motora) tão prejudicado quanto se ele estivesse bêbado ao volante. E se você não poderia nem dirigir, é capaz de trabalhar com segurança e competência?

Talvez digitar em um computador não seja tão arriscado, mas isto é certamente algo importante a ser levado em conta se você faz um trabalho físico ou manual – ou se seu trabalho requer atenção a detalhes.

O chicote do algoritmo

E não são poucas as pessoas que ficam presas a um ciclo vicioso – elas dependem das horas extras para conseguir ter um rendimento que pague as contas. E ficam reféns de um sistema que as incentiva a trabalhar várias horas ou à noite se seus clientes vivem em outros fusos horários.

Esse é o exemplo comum de trabalhadores temporários no sudeste da Ásia e na África, que são contratados por companhias ou empreendedores dos Estados Unidos ou Europa através de plataformas freelancer para tarefas como escrever códigos, posts para blogs, desenvolver sites ou gerenciar mídias sociais.

Uma pesquisa recente conduzida por Alex J. Wood, do Instituto de Internet da Universidade de Oxford, revela que os algoritmos que distribuem as tarefas a esses profissionais contribuem para o excesso de trabalho. Isso porque quanto mais alto o profissional estiver no ranking dessas plataformas, maiores as chances de ele ser contratado para novos trabalhos.

Mas para conseguir boas recomendações de clientes, eles acabam fazendo tudo o que seus clientes querem, deixando pouco espaço para negociar melhores condições. "Eles têm de estar disponíveis a qualquer momento. Se o cliente tem um prazo apertado, eles têm de aceitá-lo. Do contrário, receberão uma avaliação ruim", diz Wood.

Se o profissional não está no topo do ranking, essa pressão aumenta. Alguns tentam atrair mais tarefas cobrando tarifas extremamente baixas, o que os força a trabalhar muitas horas por pouco dinheiro. Além disso, muitos investem várias horas em trabalho não remunerado, como administrar perfis, oferecer trabalhos na plataforma e desenvolver habilidades para criar perfis mais atraentes. Isso além da rotina já exaustiva de trabalho.

Como disse um entrevistado a Wood: "Preciso tanto do dinheiro que trabalharia 18 horas em um dia?"

Esse padrão parece se replicar em várias áreas de trabalho temporário. Nos EUA, há notícias de que motoristas que trabalham para aplicativos dirigem por até 20 horas diárias para terem vantagens em tarifas. No Brasil, a rotina desses profissionais não é tão diferente. E no Reino Unido, o Uber limitou seus motoristas a trabalhar até 10 horas seguidas pelo aplicativo após uma investigação parlamentar.
Direito de imagem Ron Wurzer Image caption Um estudo americano com registros de 13 anos descobriu que 'trabalhar em locais com jornadas de horas extras estava associado a um risco 61% maior de lesões'

De acordo com Wood, "o impacto mais óbvio é a falta de sono", que reforça o ciclo vicioso de pouco descanso e longas jornadas. "As pessoas seriam mais produtivas se elas não trabalhassem tantas horas. Mas a forma como os negócios são criados não permite que as pessoas maximizem a produtividade por que elas precisam trabalhar até tarde para cumprir prazos". Plataformas de freelancers têm sido criticadas por enaltecer esse estilo de vida pouco saudável.

Seu estudo não mostra quantos desses profissionais realmente trabalham por muitas horas, e ele esclarece que a situação está melhor hoje para freelancers da Europa, como Reino Unido, e Estados Unidos, onde há mais espaço para negociações trabalhistas.
No entanto, no Sul global, há sinais de que esse ciclo de horas extras está se tornando parte da cultura de trabalho local. Mais da metade dos profissionais entrevistados admitiu ter tido que trabalhar com muita rapidez: 60% trabalharam com prazos apertados e 22% sentiram dores relacionadas à rotina de trabalho.

Sempre à disposição

A época em que o trabalho terminava e as pessoas saíam do escritório acabou. Checar e responder mensagens de trabalho parece inevitável – e até desejável para algumas pessoas, pelo menos entre aquelas que sentem que isso lhes permite ter um desempenho melhor que a de seus competidores; ou que passam mais tempo com a família sem se distanciar do trabalho.

Como mostrado por um artigo de Ian Tower, pesquisador da Universidade SRH Hochschule em Berlin, a tecnologia móvel "aumenta as expectativas: gerentes e colegas esperam que a equipe esteja sempre pronta para trabalhar".

Mas estar disponível não é o mesmo que estar de folga, e a forma como o corpo reage a tais situações é diferente. Um estudo de 2016 descobriu que os níveis de cortisol (o hormônio que regula a reação de "lutar ou fugir" e que tem papel importante no estresse) de pessoas que estão à disposição aumentam mais rápido de manhã, mesmo que elas não trabalhem naquele dia.

Esse hormônio geralmente tem um pico de concentração quando acordamos e sofre redução ao longo do dia. Mas cientistas acreditam que fatores de estresse diário alteram esse ciclo: os níveis sobem mais rápido se for esperado que o dia será estressante (esse seria o caso no exemplo acima), os níveis permanecem altos se você está cronicamente estressado, e seus níveis não aumentam se você estiver sofrendo uma síndrome de burnout – geralmente precedida por um período de estresse crônico.

Como resultado, as pessoas têm dificuldade de se distanciar mentalmente do trabalho quando estão de sobreaviso, além de evitarem fazer atividades que realmente querem – o que pesquisadores chamam de "controle".

Em outras palavras: profissionais sentem que o período em que eles estão de sobreaviso não é de fato deles, e o nível de estresse sobe por conta disso. Portanto, os pesquisadores concluem que os dias em que se requer disponibilidade "não poderia ser considerado como tempo de lazer, porque a recuperação – função crucial desse momento – fica restrita a tais circunstâncias".

O que fazer?

Trabalhar por dias a fio não é inteligente, mesmo se você for Elon Musk. A notícia de sua rotina insalubre de trabalho não foi bem recebida por investidores, e as ações da Tesla caíram 8,8% logo após a entrevista do New York Times, em meio a suspeitas de que seu estado mental já estaria abalado pelo cansaço.

Tome isso como um alerta: se puder evitar trabalhar tanto, faça isso, já que não há efeitos positivos na saúde, bem-estar ou produtividade. Mesmo que você pense ser uma exceção, provavelmente não é.

O grande risco é para a maioria dos freelancer vulneráveis, que não parecem ter oportunidade de interromper o ciclo de trabalho excessivo. O problema por trás disso, como diz Wood, é que "clientes podem prejudicar os ganhos futuros de profissionais, com freelancers tendo pouco poder de barganha".

É improvável que essas plataformas mudem a forma de operação, especialmente quando esse modelo de negócios permite a movimentação de bilhões de dólares por ano. Enquanto isto, se você contratar um freelancer online, talvez seja melhor dar-lhe mais tempo: eles podem não apenas fazer um trabalho de mais qualidade, como a vida deles também pode ser melhor.

 

Fonte: BBC Brasil

Últimas de Imprensa

Todas de Imprensa
Força 7 MAI 2024

Sindicalistas defendem direitos trabalhistas no Senado Federal

Força Sindical emite nota sobre flexibilização de direitos trabalhistas em meio a calamidade no RS
Força 7 MAI 2024

Força Sindical emite nota sobre flexibilização de direitos trabalhistas em meio a calamidade no RS

Campanha do MPT estimula jovens a participarem de movimentos sindicais
Força 7 MAI 2024

Campanha do MPT estimula jovens a participarem de movimentos sindicais

Marcio Ferreira, do Sintrabor, convida a categoria para o Seminário Anual de Cipeiros
Força 7 MAI 2024

Marcio Ferreira, do Sintrabor, convida a categoria para o Seminário Anual de Cipeiros

Chuva no RS: FGTS, seguro-desemprego e abono devem ser liberados ainda está semana
Força 7 MAI 2024

Chuva no RS: FGTS, seguro-desemprego e abono devem ser liberados ainda está semana

Miguel Torres defende direitos trabalhistas em Brasília
Força 7 MAI 2024

Miguel Torres defende direitos trabalhistas em Brasília

Vice da Força participa de debate sobre “Remessa Conforme”
Força 7 MAI 2024

Vice da Força participa de debate sobre “Remessa Conforme”

Presidente do Sinpospetro/RJ recebe homenagem na ABI na quinta(9)
Força 7 MAI 2024

Presidente do Sinpospetro/RJ recebe homenagem na ABI na quinta(9)

Coopernapi alerta para golpe em ligações para pedir dados pessoais e bancários
Força 6 MAI 2024

Coopernapi alerta para golpe em ligações para pedir dados pessoais e bancários

TST chama para si processos sobre direito de oposição à contribuição assitencial
Imprensa 6 MAI 2024

TST chama para si processos sobre direito de oposição à contribuição assitencial

Família metalúrgica agita a 25ª edição da MetalFest
Força 6 MAI 2024

Família metalúrgica agita a 25ª edição da MetalFest

Crise de representatividade é um problema de todas as instituições democráticas
Imprensa 6 MAI 2024

Crise de representatividade é um problema de todas as instituições democráticas

É preciso rever as ações para fortalecer o movimento sindical
Artigos 6 MAI 2024

É preciso rever as ações para fortalecer o movimento sindical

Viva o 1º de Maio de lutas e conquistas
Força 3 MAI 2024

Viva o 1º de Maio de lutas e conquistas

Força-RS mobiliza sindicatos em solidariedade às vítimas das enchentes no Estado
Força 3 MAI 2024

Força-RS mobiliza sindicatos em solidariedade às vítimas das enchentes no Estado

Assembleia dará largada à campanha salarial dos frentistas do estado do Rio
Força 3 MAI 2024

Assembleia dará largada à campanha salarial dos frentistas do estado do Rio

SinSaudeSP apresenta Delegacia Sindical de Saúde
Força 3 MAI 2024

SinSaudeSP apresenta Delegacia Sindical de Saúde

Vídeos 3 MAI 2024

Rotas de Integração Sul-Americana serão importantes para crescimento econômico do País

Simone Tebet: Rotas de Integração Sul-Americana vão fortalecer industrial nacional
Força 2 MAI 2024

Simone Tebet: Rotas de Integração Sul-Americana vão fortalecer industrial nacional

Veja fotos do 1º de Maio Unitário 2024
Força 2 MAI 2024

Veja fotos do 1º de Maio Unitário 2024

Presidente do Sindnapi pede atenção do governo às perdas dos aposentados
Força 2 MAI 2024

Presidente do Sindnapi pede atenção do governo às perdas dos aposentados

Frentistas participam do 1º de Maio em Madureira e categoria é homenageada
Força 2 MAI 2024

Frentistas participam do 1º de Maio em Madureira e categoria é homenageada

1º de Maio: centrais sindicais reúnem centenas de pessoas no Farol da Barra em Salvador
Força 2 MAI 2024

1º de Maio: centrais sindicais reúnem centenas de pessoas no Farol da Barra em Salvador

Sindicalistas fazem avaliação da campanha salarial 2024
Força 2 MAI 2024

Sindicalistas fazem avaliação da campanha salarial 2024

1º de Maio; por João Guilherme
Artigos 2 MAI 2024

1º de Maio; por João Guilherme

1º de maio reforça unidade das centrais sindicais
Força 2 MAI 2024

1º de maio reforça unidade das centrais sindicais

Milhares de trabalhadores participaram do 1º de Maio das centrais em SP
Força 1 MAI 2024

Milhares de trabalhadores participaram do 1º de Maio das centrais em SP

1º de Maio reforça luta por democracia e direitos
Força 1 MAI 2024

1º de Maio reforça luta por democracia e direitos

Desemprego no primeiro trimestre sobe para 7,9%, revela IBGE
Força 30 ABR 2024

Desemprego no primeiro trimestre sobe para 7,9%, revela IBGE

Dia 1º de Maio tem a 25ª Metalfest
Força 30 ABR 2024

Dia 1º de Maio tem a 25ª Metalfest

Aguarde! Carregando mais artigos...